Audiências com as comunidades para conhecer melhor os problemas de poluição das praias da cidade do Rio serão realizadas pela Comissão de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro este ano. Foi o que ficou decidido, nesta quarta (14), durante audiência realizada no Auditório Senador Nelson Carneiro, prédio anexo ao Palácio Tiradentes, Centro da capital fluminense. “Temos que nos organizar para conhecermos melhor o problema de cada área, praia a praia. Embora os esforços existam, precisamos fazer mais. Não podemos deixar se repetir o que aconteceu com a Lagoa de Jacarepaguá, que hoje está 80% morta”, afirmou a presidente do colegiado, deputada Aspásia Camargo (PV).
Representando a Secretaria de Estado do Ambiente, o gestor executivo do Programa de Saneamento dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara, Gelson Serva, apresentou os projetos que estão em andamento. Ele falou sobre o Programa Sena Limpa, nome que se refere ao número de praias contempladas: Ipanema, Leblon, Leme, São Conrado, Urca e da Bica, na Ilha do Governador, até 2014, por meio de obras de saneamento e medidas como coleta de lixo superficial, limpeza de galerias e monitoramento e fiscalização do despejo de esgoto.
“Todo nosso objetivo é de médio e longo prazos. Em algumas praias, o número de ordem de grandeza de coliformes fecais tem diminuído, não a ponto de estar própria para banho, mas já é um avanço”, explicou a gerente de Qualidade da Água do Instituto Estadual do Ambiente, Fátima Soares. Ela comentou que as praias da Bica e Ribeira, na Ilha, encontram-se entre as que apresentam melhora na balneabilidade. O oceanógrafo David Zee defendeu um trabalho nas origens do problema, como a despoluição de rios e a mobilização da população. “Temos responsabilidade. Sustentabilidade é inclusão social. Temos que nos organizar para que cada um contribua”, afirmou.
Já o assessor de Meio Ambiente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro, Adacto Ottoni, reforçou a importância da busca de soluções com sustentabilidade ambiental, que sejam socialmente desejáveis e ecologicamente e economicamente viáveis. Também presente na mesa da audiência, o jornalista Túlio Brandão lembrou que a poluição das praias é um problema de saúde pública e que, mesmo com os megaeventos esportivos que se aproximam, as ações de saneamento têm que ser de longo prazo e duradouras.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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