A Comissão de Saneamento Alimentar da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, presidida pela deputada Lucinha (PSDB), vistoriou, nesta quarta (14), as cozinhas do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona Oeste do Rio, e constatou a falta de padrão na pesagem das quentinhas preparadas para os presos. A parlamentar encontrou embalagens que variavam de peso entre 510g e 700g, quando o contrato de prestação do serviço exige 640g por quentinha. “Foi muito importante a nossa visita. Tivemos a oportunidade de constatar algumas irregularidades, principalmente no que se refere à questão da quantidade de comida servida”, pontuou Lucinha.
“O Poder Executivo paga o equivalente a 640g. Então, a empresa das quentinhas se beneficia de alguma forma quando o peso é menor. As reclamações são grandes, inclusive sobre a quantidade de carne na refeição, a falta de cuidado no preparo e outros tantos problemas”, comentou a deputada. O complexo prisional de Bangu conta com 26 unidades e mais de 17 mil presos, que realizam quatro refeições por dia, café da manhã, almoço, jantar e lanche da noite. No momento, 16 empresas são contratadas para prestar o serviço de alimentação no complexo. “A comida, de uma maneira geral, não é das piores. Mas, podemos cobrar uma maior atenção dos empresários que prestam o serviço. Se cada um tirar 100g de cada quentinha, cerca de 80 mil por dia, vamos ver o Governo do estado pagando algumas toneladas de alimentos que não são entregues”, declarou o deputado Alessandro Calazans (PMN), membro da comissão.
Na Unidade Industrial Esmeraldino Bandeira, onde os 764 presos desempenham atividades profissionais, os deputados também ouviram reclamações quanto à falta de higiene e à baixa qualidade das refeições. De acordo com o subsecretário adjunto de Unidades Prisionais do estado, Sauler Sakalem, um dos motivos para a dificuldade na fiscalização das quentinhas refere-se à quantidade de presos, pois a pesagem para avaliação é feita por amostragem. “Temos muitos presos aqui. Por mês, deixam o complexo cerca de 600 detentos, mas entram 900. Ainda absorvemos muitos presos que estavam na Polinter. Hoje, temos mais de 17 mil presos e não dá para pesar as quentinhas individualmente”, explicou. “Vamos marcar uma audiência pública, convidar os representantes da área para dar explicações e analisar todos os contratos de prestação de serviço”, informou o deputado Calazans.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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