quinta-feira, 3 de maio de 2012

COMISSÃO DE ORÇAMENTO APROVA PARECER FAVORÁVEL A TEXTO DA LDO‏

A audiência pública realizada nesta quarta (02) para discutir o projeto de lei, com a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias, na qual o estado se baseará para elaborar o Orçamento de 2013, sinalizou os temas que poderão ser alvo de emendas parlamentares, como a transparência no balanço de empresas independentes, o impacto da extinção do Fundo de Combate à Pobreza, previsto para dezembro de 2014, e a situação da Região Serrana, entre outras. “Assistimos à apresentação e aprovamos a proposta quanto a sua forma. Agora, a partir da abertura de prazo para recebimento de emendas, os parlamentares passarão a participar mais ativamente deste processo, contribuindo para a melhoria da proposta”, anunciou o presidente da comissão, deputado Coronel Jairo (PSC). Após apresentação sobre a proposta, feita pelos secretários de Estado de Fazenda, Renato Villela, e de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa, os parlamentares aprovaram, por cinco votos contra um, o parecer prévio favorável a ele. Apenas a deputada Janira Rocha (PSol) votou contra.

O texto, dividido entre Metas e Prioridades orçamentárias para os exercícios 2013, 2014 e 2015, trouxe, nas metas fiscais, um prognóstico de redução da receita total do Estado, em 2015. De acordo com Villela, a lei que prevê a redução das alíquotas de ICMS que abastecem o Fecp até sua extinção, em dezembro de 2014, causará uma perda de receita de R$ 2,8 bilhões. “Hoje houve a cobrança de maiores investimentos na construção de habitações em Teresópolis, por exemplo, que poderiam ser sanadas com o recurso que o estado deixará de ter”, exemplificou Villela, fazendo referência à fala do deputado Luiz Paulo (PSDB) que cobrava a redução do déficit habitacional de 12 mil casas em Teresópolis, em função das chuvas. “Será o grande fator de redução da receita nos próximos anos”, confirmou Ruy Barbosa.

Mas os secretários também salientaram o crescimento da arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços, o que colocou o Rio como estado em que a arrecadação do imposto mais cresceu (33, 21%) entre 2009 e 2011. Da receita total para o próximo ano, estimada em R$ 62,2 bilhões, o Governo espera obter R$ 29 bilhões via ICMS. Já através dos royalties, a expectativa é de obter R$ 6,84 bilhões. As estimativas de produção de petróleo e gás foram fornecidas pela Agencia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis e projeção de valores foi feita a partir do valor do barril de petróleo e do câmbio.

Ruy Barbosa ficou encarregado de contextualizar a proposta, lembrando o grande investimento do Estado, desde 2007, em áreas como Transportes, Urbanismo, Saneamento, Segurança, Saúde, Educação e Meio Ambiente. De acordo com ele, essas áreas foram responsáveis por 78% (R$ 3,7 bilhões) dos investimentos totais. “Deste montante, 60% foi recurso do Tesouro e o restante captado via convênios e operações de crédito”, explicou ele, ressaltando que o aumento dos investimentos do Estado, que foram de 5% da receita corrente líquida em 2007 para 12% em 2011, não comprometeu o nível de endividamento e nem impactou a dívida líquida, cujo percentual em relação à receita vem caindo.

Deputados aproveitaram a oportunidade para questionar ausências no texto, como a falta de previsão dos balanços da Cedae, tornada independente, no Sistema de Administração Financeira para Estados e Municípios. O tema, discutido há três anos em encontros da Comissão de Orçamento, foi minimizado por Ruy Barbosa. Para ele não há impasse, pois Legislativo e Executivo poderão chegar a um consenso sobre o assunto. “Havendo boa vontade, o Governo está disposto a negociar”, disse ele, explicando ainda que as informações cobradas estarão presentes no relatório trimestral com a execução do Programa de Dispêndios Globais que o governo publicará em maio. 

Comunicação Social da Alerj 
Edição: Camilo Borges

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