quarta-feira, 16 de maio de 2012

NOVA REUNIÃO PRETENDE SELAR ACORDO SOBRE FECHAMENTO DE POSTOS NA ORLA‏

A Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, presidida pelo deputado Ricardo Abrão (PDT), pretende unir representantes da Petrobras Distribuidora e do Governo do estado e moradores de Copacabana para encontrar uma solução para o fechamento de cinco postos de combustíveis na orla do bairro da zona Sul carioca. O encontro ainda será marcado, mas ficou decidido durante audiência pública realizada, nesta terça (15), na Alerj. “Essa reunião foi importante para ouvirmos os principais interessados no assunto. Porém, iremos marcar uma nova audiência a fim de buscar uma solução com representantes da Petrobras e do Governo do estado e, assim, encontrarmos um denominador comum que beneficie, principalmente, os frentistas desempregados”, contou Abrão.

Alegando razões estéticas e o grande interesse turístico da região, o Governo do estado decidiu não renovar as licenças de uso do solo para postos de combustíveis da BR localizados em Copacabana, na Lagoa, no Aterro do Flamengo e no entorno do Maracanã. A determinação prevê o fechamento desses estabelecimentos até o próximo dia 6 de junho. Segundo o presidente da Comissão de Trabalho, com o fechamento dos postos em Copacabana, cerca de 300 funcionários ficarão desempregados e “diversos empresários serão diretamente afetados”. O parlamentar informou que, com o fim das atividades dos postos na Avenida Atlântica, apenas dois estabelecimentos para abastecimento de combustíveis continuarão funcionando no bairro.

Com 12 anos de profissão e quatro trabalhando no Posto Santa Clara, o frentista Alexsandro Rodrigues da Silva disse sentir-se prejudicado pela decisão. “Não tenho experiência em outra área, pois foram muitos anos à frente de postos de gasolina. Se realmente houver o fechamento, não sei o que vou fazer para manter o sustento da minha família”, reclamou. Já Ricardo Maranhão, ex-deputado federal e ex-vereador do Rio, lembrou que, nos últimos 15 anos, foram desativados 15 postos na zona Sul da cidade, devido à valorização imobiliária: “O maior problema é o desemprego. Se isso realmente acontecer, os cidadãos perceberão tamanho prejuízo a partir do início do mês de junho”, alertou.

Maranhão lembrou ainda que, com o fechamento dos postos, mais de um milhão de pessoas serão prejudicadas – clientes que abastecem, compram mercadorias nas lojas de conveniência, consertam os pneus de suas bicicletas etc. O presidente da Sociedade Amigos de Copacabana, Horácio Magalhães, observou que a questão abrange ainda a segurança na região. “Apenas dois estabelecimentos não atenderão a demanda. Também há diversos casos de motoristas que enguiçam em Copacabana e, com isso, dirigem-se aos postos do bairro, porque é mais rápido, seguro, não causa acidentes e não atrapalha o trânsito”, argumentou.

O deputado Thiago Pampolha (PSD) afirmou não concordar com o argumento do Governo do estado, que atribui o fechamento ao embelezamento da orla da cidade. “Como revendedor de combustível, acho que essa atitude é injustificável. Os funcionários mais antigos ficarão defasados e não terão como reingressar no mercado de trabalho”, finalizou.

Comunicação Social da Alerj
Edição: camilo Borges

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