A Comissão de
Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, presidida pelo deputado Ricardo Abrão (PDT), pretende unir representantes da Petrobras
Distribuidora e do Governo do estado e moradores de Copacabana
para encontrar uma solução para o fechamento de cinco postos de
combustíveis na orla do bairro da zona Sul carioca. O encontro ainda
será marcado, mas ficou decidido durante audiência pública
realizada, nesta terça (15), na Alerj. “Essa reunião foi
importante para ouvirmos os principais interessados no assunto.
Porém, iremos marcar uma nova audiência a fim de buscar uma solução
com representantes da Petrobras e do Governo do estado e, assim,
encontrarmos um denominador comum que beneficie, principalmente, os
frentistas desempregados”, contou Abrão.
Alegando razões
estéticas e o grande interesse turístico da região, o Governo do
estado decidiu não renovar as licenças de uso do solo para postos
de combustíveis da BR localizados em Copacabana, na Lagoa, no Aterro
do Flamengo e no entorno do Maracanã. A determinação prevê o
fechamento desses estabelecimentos até o próximo dia 6 de junho.
Segundo o presidente da Comissão de Trabalho, com o fechamento dos
postos em Copacabana, cerca de 300 funcionários ficarão
desempregados e “diversos empresários serão diretamente
afetados”. O parlamentar informou que, com o fim das atividades dos
postos na Avenida Atlântica, apenas dois estabelecimentos para
abastecimento de combustíveis continuarão funcionando no bairro.
Com 12 anos de
profissão e quatro trabalhando no Posto Santa Clara, o frentista
Alexsandro Rodrigues da Silva disse sentir-se prejudicado pela
decisão. “Não tenho experiência em outra área, pois foram
muitos anos à frente de postos de gasolina. Se realmente houver o
fechamento, não sei o que vou fazer para manter o sustento da minha
família”, reclamou. Já Ricardo Maranhão, ex-deputado federal e
ex-vereador do Rio, lembrou que, nos últimos 15 anos, foram
desativados 15 postos na zona Sul da cidade, devido à valorização
imobiliária: “O maior problema é o desemprego. Se isso realmente
acontecer, os cidadãos perceberão tamanho prejuízo a partir do
início do mês de junho”, alertou.
Maranhão lembrou ainda
que, com o fechamento dos postos, mais de um milhão de pessoas serão
prejudicadas – clientes que abastecem, compram mercadorias nas
lojas de conveniência, consertam os pneus de suas bicicletas etc. O
presidente da Sociedade Amigos de Copacabana, Horácio Magalhães,
observou que a questão abrange ainda a segurança na região.
“Apenas dois estabelecimentos não atenderão a demanda. Também há
diversos casos de motoristas que enguiçam em Copacabana e, com isso,
dirigem-se aos postos do bairro, porque é mais rápido, seguro, não
causa acidentes e não atrapalha o trânsito”, argumentou.
O deputado Thiago Pampolha (PSD) afirmou
não concordar com o argumento do Governo do estado, que atribui o
fechamento ao embelezamento da orla da cidade. “Como revendedor de
combustível, acho que essa atitude é injustificável. Os
funcionários mais antigos ficarão defasados e não terão como
reingressar no mercado de trabalho”, finalizou.
Comunicação Social da Alerj
Edição: camilo Borges
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