sexta-feira, 24 de agosto de 2012

RELATÓRIO ENTREGUE À CPI APONTA IRREGULARIDADES EM 301 UNIVERSIDADES

O Sindicato dos Professores do Município do Rio entregou, nesta quinta (23), à Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que investiga a situação das universidades particulares um relatório que aponta irregularidades em 301 instituições privadas de ensino superior do estado credenciadas no Ministério da Educação. A pesquisa, que também indicou que 101 dessas universidades estão localizadas na capital fluminense, foi realizada entre os dias 16 e 21 de agosto em parceria com sindicatos de 58 municípios. Algumas das irregularidades dizem respeito ao fato de grupos empresariais que gerenciam as instituições não constarem como gestores no cadastro do MEC.

O presidente da CPI, deputado Paulo Ramos (PDT), acrescentou que o material entregue à Alerj também indicou que alguns desses grupos possuem sedes fora do estado. “Grandes grupos educacionais não cumprem o comprometimento com a relação de trabalho e com o ensino, a pesquisa e a extensão. Há universidades privadas que ninguém sabe onde estão situadas, e isso torna mais evidente a possibilidade de haver unidades-fantasmas”, declarou o pedetista, frisando que, hoje, 90% do sistema de educação superior no estado estão sendo nas mãos de instituições privadas. A comissão abordou ainda o caso de professores da rede pública de ensino superior que atuam irregularmente na rede privada.

O Sinpro indicou que 22 professores da Universidade do Rio de Janeiro e cinco da Universidade Federal do Rio de Janeiro que trabalham no regime de dedicação exclusiva estão atuando em cargos de chefia em unidades particulares. O vice-presidente do sindicato, Antônio Rodrigues, declarou que entregou à nova Gestão de Fiscalização do MEC um documento apontando essas irregularidades. A situação mobilizou o relator da CPI, deputado Robson Leite (PT): “Isso é absolutamente ilegal. É consequência do descaso do ensino privado do Rio, o que causa problemas até na educação pública”.

Irregularidades no Ensino à Distância na rede privada também foram destacadas pelo sindicato. “As instituições não estão sendo fiscalizadas devidamente pelo MEC. O EAD virou um instrumento de captação de recursos financeiros em detrimento do sistema de educação, pois se paga menos ao professor e não temos dados claros da qualidade de ensino”, comentou Rodrigues. Também estava presente no debate Jorge Luiz do Amaral, representante do Sindicado dos Médicos do Rio. Uma nova audiência foi marcada para a próxima quinta-feira (30), em que serão convocados representantes de instituições de ensino superior e dos governos federal e estadual.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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