Com uma renda per
capita rural 30% maior que no restante do País, o estado do Rio
precisa de mais investimentos para o agronegócio. Essa foi a
principal reivindicação feita por produtores, entidades e empresas
durante evento do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico,
realizado, nesta quarta (24), no Palácio Tiradentes, para a
apresentação de um estudo sobre o setor agrícola fluminense.
Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e do Fórum, o
deputado Paulo Melo (PMDB) abriu a cerimônia, lembrando as melhorias dos
últimos anos: “Recuperamos as cooperativas falidas e apresentamos
o Projeto Florestal, permitindo o plantio de novas espécies e a
exploração de novas culturas, como o eucalipto em áreas
degradadas. Ao mesmo tempo, permitimos também a compensação para
os agricultores que preservarem o meio ambiente”.
Melo disse também
acreditar que “é necessário que a Secretaria de Agricultura possa
ter mecanismos de financiamento através de dotação orçamentária
e que suporte investimentos, premissas e demandas da categoria”. O
estudo, realizado em parceria com a Federação de Agricultura,
Pecuária e Pesca, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas, a Secretaria de Estado de Agricultura e o
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz, aponta que 4% do Produto
Interno Bruto do estado vêm do agronegócio. O setor
movimentou, em 2008, R$ 12,2 bilhões.
De acordo com um
levantamento anterior feito pelo Tribunal de Contas do Estado,
o setor participava com apenas 0,4% do PIB fluminense. Através da
atual pesquisa, os produtores fluminenses esperam que o orçamento
estadual para o setor aumente em 2013. “Essa solicitação, que
está consolidada na chamada Carta do Agronegócio, trata da
discussão dos temas orçamentários. O momento é adequado, porque é
a Alerj que define os valores e percentuais destinados para cada
setor, secretaria e estrutura do Governo para a execução de
políticas públicas”, reforçou o presidente da Comissão de
Agricultura da Casa, deputado Christino Áureo (PSD). De acordo com ele, essa carta será encaminhada ao
governador Sérgio Cabral e a cada um dos 70 deputados, com o
objetivo de subsidiar a discussão do Orçamento de 2013.
Os representantes do
agronegócio reivindicam, no documento, o retorno dos gastos públicos
orçamentários aos níveis históricos e mínimos de 1% do orçamento
do estado destinados ao setor; a implementação de um forte e
decidido apoio via orçamento estadual à modernização e à
melhoria da infraestrutura e das vias de escoamento da produção do
agronegócio no estado; a recuperação da capacidade do estado de
gerar tecnologia, pesquisa e extensão (capacitação) rural de
qualidade; e a criação dos mecanismos que simplifiquem e permitam a
regularização ambiental das propriedades rurais e o incentivo e o
fomento das atividades preservacionistas, remunerando a prestação
de serviços ambientais pelo produtor rural através de mecanismos
públicos e privados.
A pesquisa apresentada
revela ainda que as atividades rurais possuem “pesos diferentes”,
sendo fundamentais em municípios dependentes do setor, como
Sumidouro e Duas Barras, que contam, respectivamente, com 38% e 25,8%
de seus PIBs vindos do agronegócio. “Temos mais uma ferramenta
para subsidiar as decisões do setor público e privado para o
desenvolvimento do setor. Antes, calculávamos só aquilo que era
produzido dentro da porteira na fazenda e, agora, calculamos os
insumos que são utilizados e a agregação de valor que nossos
produtos sofrem durante o processamento para atender o Rio, segundo
mercado consumidor do Brasil. Nosso objetivo é garantir alimentos de
qualidade e a custos baixos”, comemorou o presidente da Faerj,
Roberto Tavares.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
Todos querem mais investimentos. Cabe ao governador decidir qual a ordem de prioridade, o que ele sabe definir muito bem.
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