A Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito da Câmara dos Deputados que investiga a
violência contra a mulher realizou, nesta segunda (05), o
primeiro dia de diligências às instituições de defesa das
mulheres no estado do Rio. As atividades foram acompanhadas pela
presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, deputada Inês Pandeló (PT). “A vinda da senadora Ana Rita (PT-ES), relatora
da CPMI, ao Rio de Janeiro é de grande importância e pode
contribuir para desatar os nós que retardam a aplicação de alguns
mecanismos da Lei Maria da Penha, como é o caso das medidas
protetivas, difíceis de serem ajustadas para a vítima e um direito
garantido por norma”, defendeu parlamentar.
Pela manhã, a CPMI
visitou a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e o
Centro Integrado de Atendimento à Mulher (Ciam), ambos no Centro do
Rio. Além de vistoriarem a parte física das instituições, a
senadora Ana Rita e as deputadas Inês Pandeló e Jô Moraes
(PCdoB-MG) tiveram a oportunidade de conversar com coordenadores
responsáveis pelos órgãos e tomarem conhecimento sobre o andamento
dos processos em tramitação. De acordo com os dados, as
estatísticas do Ciam apresentaram aumento no número de novos
atendimentos. De janeiro a setembro deste ano, 599 casos já foram
registrados, enquanto que, durante todo o ano de 2011, foram
contabilizadas 596 denúncias, todas acabam sendo encaminhadas
para a Deam.
Já no 1° Juizado de
Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, também no Centro,
mais de 20 mil processos encontram-se em andamento. Para a senadora
capixaba, o ideal seria o de 2 mil casos sendo analisados. “O
grande número de processos assusta, pois sobrecarrega o órgão no
que se refere à resolução rápida dos casos. O que nos chamou
atenção é que os documentos deveriam ser encaminhados para uma
vara especializada, mas isso não ocorre efetivamente. Há uma
concentração muito grande em certos pontos, que são prejudicados
tanto pelo fato de haver profissionais já em final de carreira, que
não darão andamento, quanto pela validade defasada dos processos,
que acabam expirando”, alertou Ana Rita.
A equipe da CPMI ainda visitou a Defensoria Pública do Estado do Rio e
teve encontro com o vice-governador Luiz Fernando Pezão. Nesta
terça (06), ocorrem diligências em outros órgãos de
atendimento à mulher em situação de violência (veja a programação
completa abaixo) e reunião com o movimento de mulheres do estado. Já
na quarta-feira (07), às 9h, será realizada no plenário da
Alerj uma audiência pública para ouvir gestores públicos,
representantes do Judiciário, Ministério Público, Defensoria
Pública, movimentos sociais e sociedade civil organizada.
A CPMI é presidida
pela deputada federal Jô Moraes, tem em sua relatoria a senadora Ana
Rita e na vice-presidência a deputada federal Keiko Ota (PSB-SP).
Programação
no Rio de Janeiro
Dia 6/11
10h–
Casa Abrigo do Estado “Lar da Mulher” (Baixada Fluminense);
14h30 – 3º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra à Mulher (Jacarepaguá);
18h – Reunião com o Movimento de Mulheres (Cedim);
14h30 – 3º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra à Mulher (Jacarepaguá);
18h – Reunião com o Movimento de Mulheres (Cedim);
Dia 7/11
9h – Audiência Pública
Local: Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)
13h – Entrevista coletiva dos membros da CPMI
Local: Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)
9h – Audiência Pública
Local: Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)
13h – Entrevista coletiva dos membros da CPMI
Local: Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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