A Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro concedeu, nesta quinta
(13), a mais importante comenda da Casa, a Medalha Tiradentes,
para o sociólogo Caio Ferraz, ativista de defesa dos direitos
humanos. Autor da homenagem, o deputado André Lazaroni (PMDB) reconheceu que o título é uma forma de
eternizar o legado político e social do homenageado para as próximas
gerações. “Caio não representa apenas nós, parlamentares, na
busca de uma política mais justa e igualitária, mas também todos
os meninos de Vigário Geral que enxergam nele um exemplo de vida,
que conseguiu vencer apesar de todos os contratempos”, ressaltou o
peemedebista.
Reconhecido
internacionalmente no ativismo político, Caio Ferraz recebeu
diversos títulos, como o primeiro Prêmio Nacional de Direitos
Humanos concedido pela Presidência da República. Ele comemorou, na
cerimônia da Alerj, o recebimento de sua primeira homenagem no
estado do Rio. “Essa é a maior homenagem que pude ter na minha
vida, pois aqui é o local onde nasci e batalhei. Receber esse título
com unanimidade entre os deputados é uma honra muito grande”,
discursou. O homenageado aproveitou a ocasião para dedicar o título
a todos os “excluídos do Brasil”, além de pedir um minuto de
silêncio para as 21 vítimas da Chacina de Vigário Geral, ocorrida
em 1993.
O evento contou com a
presença de incentivadores do trabalho de Caio Ferraz, como o
escritor Zuenir Ventura, a filóloga Yvonne Bezerra de Mello, o
presidente da Agência de Notícias das Favelas, André Fernandes, o
cineasta Francisco Chagas e o presidente da Comissão de Defesa dos
Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, deputado Marcelo Freixo (PSol). “É importante lembrar que, quando alguém ganha
um reconhecimento na luta pela igualdade, está colocando sua vida em
risco, pois não só luta pelo outro, mas se coloca contra muitos
interesses escusos e econômicos em jogo”, destacou Freixo.
Biografia
Caio Ferraz é
sociólogo, poeta e ativista dos direitos humanos. Formado em
Sociologia pela UFRJ, em 1993, foi o primeiro graduando nessa área
da favela onde nasceu, a de Vigário Geral, zona Norte do Rio. No
mesmo ano, fundou a Casa da Paz de Vigário Geral, Organização Não
Governamental, após a chacina que matou 21 pessoas. Em 1995,
após várias ameaças de morte, recebeu asilo oficial do Governo dos
Estados Unidos. Desde então, é considerado o primeiro exilado
político pós-ditadura militar.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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