quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

DEFENSOR DOS DIREITOS HUMANOS, CAIO FERRAZ RECEBE MEDALHA TIRADENTES

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro concedeu, nesta quinta (13), a mais importante comenda da Casa, a Medalha Tiradentes, para o sociólogo Caio Ferraz, ativista de defesa dos direitos humanos. Autor da homenagem, o deputado André Lazaroni (PMDB) reconheceu que o título é uma forma de eternizar o legado político e social do homenageado para as próximas gerações. “Caio não representa apenas nós, parlamentares, na busca de uma política mais justa e igualitária, mas também todos os meninos de Vigário Geral que enxergam nele um exemplo de vida, que conseguiu vencer apesar de todos os contratempos”, ressaltou o peemedebista.

Reconhecido internacionalmente no ativismo político, Caio Ferraz recebeu diversos títulos, como o primeiro Prêmio Nacional de Direitos Humanos concedido pela Presidência da República. Ele comemorou, na cerimônia da Alerj, o recebimento de sua primeira homenagem no estado do Rio. “Essa é a maior homenagem que pude ter na minha vida, pois aqui é o local onde nasci e batalhei. Receber esse título com unanimidade entre os deputados é uma honra muito grande”, discursou. O homenageado aproveitou a ocasião para dedicar o título a todos os “excluídos do Brasil”, além de pedir um minuto de silêncio para as 21 vítimas da Chacina de Vigário Geral, ocorrida em 1993.

O evento contou com a presença de incentivadores do trabalho de Caio Ferraz, como o escritor Zuenir Ventura, a filóloga Yvonne Bezerra de Mello, o presidente da Agência de Notícias das Favelas, André Fernandes, o cineasta Francisco Chagas e o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, deputado Marcelo Freixo (PSol). “É importante lembrar que, quando alguém ganha um reconhecimento na luta pela igualdade, está colocando sua vida em risco, pois não só luta pelo outro, mas se coloca contra muitos interesses escusos e econômicos em jogo”, destacou Freixo.

Biografia

Caio Ferraz é sociólogo, poeta e ativista dos direitos humanos. Formado em Sociologia pela UFRJ, em 1993, foi o primeiro graduando nessa área da favela onde nasceu, a de Vigário Geral, zona Norte do Rio. No mesmo ano, fundou a Casa da Paz de Vigário Geral, Organização Não Governamental, após a chacina que matou 21 pessoas. Em 1995, após várias ameaças de morte, recebeu asilo oficial do Governo dos Estados Unidos. Desde então, é considerado o primeiro exilado político pós-ditadura militar.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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