Incentivo a políticas
públicas de qualidade, redução da tarifa de eletricidade e combate
à corrupção são alguns dos desafios que o País enfrentará nos
próximos 37 anos para alcançar o objetivo do documento “Visão
Brasil 2050”. A proposta foi elaborada pelo Conselho Empresarial
Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável em parceria
com 500 representantes de 70 empresas, além de instituições
acadêmicas, organizações não governamentais e
representantes de governos estaduais e federal. A apresentação do
projeto ocorreu em reunião realizada pelo Fórum Permanente de
Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro nesta terça
(19), no Palácio Tiradentes, sede da Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
Como resultado dessa
reunião, o fórum pretende formar um grupo consultivo com as câmaras
setoriais, que compõem o órgão, para pensar formas de trabalhar a
sustentabilidade nas compras públicas e reunir tudo o que há de
legislação sobre esse tema. “Vamos tentar envolver as empresas
para esse processo das compras públicas e incentivar os gestores
públicos para comprarem produtos que se adequem às práticas de
sustentabilidade”, explicou a secretária-geral do Fórum, Geiza
Rocha.
O documento foi
dividido em nove temas a fim de promover uma discussão sobre
sustentabilidade: “Valores e comportamento”, “Desenvolvimento
Humano”, “Economia”, “Biodiversidade e florestas”,
“Agricultura e pecuária”, “Energia e eletricidade”,
“Edificações e ambiente construído”, “Mobilidade” e
“Materiais e resíduos”. “A ideia surgiu após a publicação
do 'World Vision 2050', lançado em 2010. A partir desse relatório,
o CEBDS teve a ideia de fazer uma versão brasileira. O documento
traz o cenário atual e o que é preciso fazer até 2020 para se
chegar ao futuro que a gente quer em 2050”, explicou a
diretora-executiva do Conselho, Lia Lombardi.
Segundo o estudo
realizado, em 2050, o Brasil será um país desenvolvido, mas, para
que isso ocorra, é necessário que, em 2020, algumas mudanças sejam
realizadas nos aspectos relacionados aos temas listados. “É
preciso que, daqui a sete anos, as áreas verdes devastadas já
estejam recuperadas, haja maior diversificação de fontes limpas de
matriz energética, redução da produção de resíduos,
auto-conscientização da população em relação à reciclagem e ao
reaproveitamento de matérias e que o legado da Copa e das Olimpíadas
em relação à mobilidade renda frutos, dentre outros”, citou Lia.
Presidente do Comitê
Brasileiro das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Brasil Pnuma),
Haroldo Mattos falou sobre a mudança que deve ocorrer nas empresas
para a minimização de prejuízos e a realização de negócios
bem-sucedidos: “As empresas que insistirem no 'business as usual'
vão acabar desaparecendo. Energias renováveis serão extremamente
importantes no mundo todo, e as empresas que se adequarem à economia
verde, voltada para a sustentabilidade e para a redução de
subsídios hoje dados a setores que estão se tornando
insustentáveis, vão encontrar novos negócios para que todos nós,
empresas, pessoas e organizações, possamos andar juntos para o
futuro”.
A apresentação do
“Visão Brasil 2050” iniciou os trabalhos do Fórum em 2013, cuja
principal importância é unir as entidades e fazer com que elas
conheçam trabalhos como o feito pelo CEBDS e promovam debates com a
sociedade. “Entendemos que as empresas têm que mudar, assim como o
comportamento dos consumidores e as políticas públicas que podem
impulsionar e acelerar o processo de melhoria da qualidade da
produção. Então, já que esse processo envolve todos, temos
que divulgar, discutir e refletir para que a sociedade evolua em
vários conceitos”, pontuou Geiza Rocha.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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