De acordo com o
presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro, Jorge Melo, não
existe a possibilidade de alteração no modelo de construção do
píer entre os armazéns 2 e 3 da zona Portuária, com o formato em
“Y”. O motivo que contraria a construção do píer no formato em
“E”, com maior visibilidade para a Baía de Guanabara, seria o
prazo apertado para a entrega das obras. Segundo Melo, as
intervenções começaram no último dia 18 de fevereiro e “mudá-las,
agora, significaria comprometer o compromisso com as Olimpíadas. Se
alterarmos o projeto, vamos ter que fazer uma nova licitação e isso
não vai dar tempo”, concluiu o presidente de Docas, em uma
audiência pública acompanhada pela Comissão de Saneamento
Ambiental da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, nesta
quarta (29), na Câmara de Vereadores do Rio.
A reunião foi
realizada em conjunto com a Comissão Especial da Câmara formada
para analisar o projeto do píer em “Y”, presidida pela vereadora
Laura Carneiro (PTB). Durante o encontro, a presidente da Comissão
da Alerj, deputada Aspásia Camargo (PV), mostrou-se contrária ao posicionamento de Docas.
“Não podemos dar o fato por consumado. Pouco importa se o píer é
em “Y” ou em “E”, pois acho que o local é que é
inconveniente. O próprio prefeito Eduardo Paes, já estendeu as
mãos para ajudar a transferir a recepção dos navios”, lembrou a
parlamentar. Responsável por movimentar cercar de R$ 30 bilhões ou
8 milhões de toneladas por ano, o Porto do Rio prevê, com as novas
construções, estender a capacidade de operação para até 25
milhões de toneladas neste mesmo período.
Jorge Melo ainda
explicou que existe um contrato assinado com o Comitê Olímpico
Internacional, para que o porto possa receber seis ou sete
navios, com um total de, pelo menos, 20 mil leitos, durante os jogos
de 2016. “Nossa primeira ideia seria algo próximo do píer em “E”,
mas não seria possível devido à área de manobra necessária para
um navio entrar com segurança. Por isso, chegamos a ideia do píer
no formato concêntrico, ou em “Y”, como foi apelidado”,
ponderou.
Também presente ao debate, o vice-presidente do Instituto
dos Arquitetos do Brasil, Pedro da Luz, descartou o projeto em
“E”, mas sugeriu que as mudanças devem priorizar a circulação
livre de pessoas e preservar o bem-estar da população e dos
visitantes.
Aspásia chamou atenção
para o fato de a obra não poder ser realizada sem a elaboração de
um Estudo de Impacto Ambiental, que foi dispensado pela
Comissão Estadual de Controle Ambiental. “Avançar em uma
obra sem as documentações necessárias é mais uma prova de
ilegalidade. Gostaria que o presidente de Docas refletisse sobre a
necessidade de terminar com esses debates, para, depois, darem
sequência às obras”, avaliou. A vereadora Laura Carneiro pretende
voltar a discutir as negociações: “Esperamos que, nas próximas
semanas, seja possível uma reunião entre Docas e os demais
envolvidos. Queremos ver alternativas para a transformação desse
projeto. Ainda estamos em uma fase preliminar e acho possível algum
tipo de mudança”.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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