A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro se transformou em passarela, nesta terça (03), para homenagear quatro grandes figuras do samba carioca: Nelson Sargento, Djalma Sabiá, Dona Ivone Lara e Noca da Portela. Por iniciativa do deputado Chiquinho da Mangueira (PMN), foram concedidas Medalha Tiradentes para os três primeiros e Título de Benemérito do Estado para o último.
“O mais importante é homenagear essas pessoas em vida. Gente que contribuiu e muito para a cultura desse país. Pessoas que não receberam o devido valor. Além disso, homenageando elas, também homenageio as escolas que elas representam, porque também são a história da cultura desse país”, avaliou o deputado, que realizou a solenidade ao som da bateria do Salgueiro.
“Receber a medalha e estar na escola que amo é uma alegria muito grande”, disse Dona Ivone. Visivelmente emocionado, Djalma Sabiá sentenciou: “As palavras não traduzem o que estou sentindo nesse momento”. Nelson Sargento, por sua vez, foi representado pela nora, Livea Mattos: “Ele pediu para agradecer a todos”. Com seu habitual bom humor, Noca não deixou por menos: “São 60 anos de samba e só felicidade”.
Nelson Sargento é nome artístico do compositor e pintor Nelson Mattos. A patente militar vem dos tempos em que serviu o Exército. Passou sua infância na Tijuca, tendo seu primeiro contado com o samba no Salgueiro. Mas por influência do padrasto, Alfredo Português, acabou na Mangueira. Integrou o conjunto A voz do morro, ao lado de Paulinho da Viola, Zé Keti, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho e Anescarzinho.
A cantora e compositora imperiana Dona Ivone Lara, que começou a compor aos 12, está em plena atividade. Iniciou no mundo da música graças a um tio, integrante de um grupo de chorões. É por conta disso que aprende a tocar cavaquinho. Prima do Mestre Fuleiro, um dos fundadores do Império Serrano, foi a primeira mulher a compor samba-enredo. É coautora de sambas clássicos como “Os cinco bailes tradicionais da história do Rio”, além de sucessos como “Sonho Meu”, “Acreditar” e “Liberdade”.
Noca começou a compor aos 15 anos para a Escola de Samba Unidos do Catete, vencedora do carnaval com o samba-enredo “O Grito do Ipiranga”, sua primeira nota dez, mas não teve o incentivo da família. Mesmo assim, estudou violão e teoria musical. Campeão em outros concursos de samba, foi para Portela em 1966 a convite de Paulinho da Viola. E de lá não sai mais. Ex-militante do PCB, ex-feirante, também foi produtor musical da gravadora RCA Victor.
Único fundador vivo do Salgueiro, Djalma ganhou o apelido Sabiá nos tempos em que jogava futebol. Aos 12 anos desfilou pela primeira vez na Escola Azul e Branco, uma das três que mais tarde, em 1953, viria a formar o Acadêmicos do Salgueiro. Em 1957, ganhou com o samba-enredo “Navio Negreiro” o quarto lugar do Grupo I. É autor ainda de clássicos como “Viagens pitorescas ao Brasil ou Exaltação a Debret” com Duduca do Salgueiro e “Chico rei”, com Geraldo Babão e Jarbas Soares de Carvalho.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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