quinta-feira, 8 de maio de 2014

COMISSÃO DA VERDADE COMPLETA UM ANO EM EVENTO NA ALERJ‏

A Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro celebrou nesta quinta (08) um ano de trabalho retornando à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, onde deu inicio à sua pesquisa com os testemunhos de ex-presas políticas. “Não foi simples criar essa comissão, insistimos bastante para que o projeto fosse aprovado, mas agora vemos como foi acertada a nossa insistência. Temos que quebrar a resistência das pessoas a verdade histórica”, resumiu o deputado Gilberto Palmares (PT), autor da lei que deu origem à delegação estadual ao lado dos deputados Graça Matos (PMDB), Luiz Paulo (PSDB) e Paulo Ramos (PSol), também presente no evento. O encontro foi realizado em parceria com o Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura, órgão operacional do Comitê Estadual de Combate à Tortura.

O presidente da CEV-Rio, Wadih Damous, adiantou que o grupo enviará à Comissão Nacional da Verdade e ao Ministério Público um relatório sobre as circunstancias da morte do coronel reformado Paulo Malhães, encontrado morto em casa um mês após admitir participação em torturas de presos políticos durante a ditadura. No próximo dia 30, em evento próprio, o documento será apresentado à sociedade civil.
“Para a comissão, o caso de Malhães não está esclarecido. Não excluímos a hipótese de ter acontecido uma queima de arquivo”, disse Wadih. O caseiro acusado de ter cometido o crime, Rogério Pires, foi ouvido pela CEV-Rio, na última terça-feira (06), e teria negado participação e autoria no crime. “Não existe nenhuma prova concreta que ele tenha cometido o crime, no entanto, o colocaram como bode expiatório deste assassinato. Por isso vamos continuar investigando” destacou o presidente da comissão.
A reunião incluiu depoimentos sobre a prática da tortura tanto no período do Regime Militar, como na pós-ditadura. Elinor Brito, preso por três vezes na ditadura, contou que foi torturado durante 44 dias. “Cheguei a perder 30 kg nesse período. Tenho gravado na minha memória estas cenas. Até hoje isso me faz mal e não gostaria que essas práticas voltassem a acontecer. Temos que lutar contra isso.” cobrou.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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