Até 2030, R$ 16 bilhões serão investidos nos programas estabelecidos no Plano Estadual de Recursos Hídricos. Deste valor, R$ 15 bilhões serão destinados à coleta e tratamento de esgoto, que hoje são lançados nos rios sem qualquer cuidado. Para a gerente de Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos do Instituto Estadual do Ambiente, Moema Acselrad, esse é o principal problema em nível estadual. “Esse plano faz um macro diagnóstico das questões relativas à água em todo o estado. Ele identifica os principais problemas e apresenta uma série de ações para resolvê-los. São 39 ações ao todo”, contou. O anúncio foi feito durante audiência pública da Comissão de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, nesta terça (25).
Além do cuidado com o esgoto, também está prevista a construção de uma barragem no rio Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu. Apesar de sofrer resistência local, pela desapropriação de uma área de mais de 21 quilômetros quadrados, Moema alegou que o projeto é uma importante obra para garantir a segurança hídrica da região. “Nós identificamos esse projeto como a alternativa mais viável para solucionar a falta d’água que atinge a região de Itaboraí, São Gonçalo e Niterói, além do próprio município de Macacu. Mais de dois milhões de pessoas serão beneficiadas”, explicou. Durante a reunião, ela também descartou a possibilidade de racionamento de água tratada, devido à estiagem que atinge toda a região Sudeste. “A situação hoje está agravada. Não é muito confortável, porém, atende às nossas demandas atuais. Se a estiagem se agravar ou se prolongar até 2015, ainda teremos água disponível até meados do próximo ano”, acrescentou.
A presidente do colegiado, deputada Aspásia Camargo (PV), afirmou que a principal razão da diminuição crescente de água disponível é a irresponsabilidade humana. “Nós já desmatamos e poluímos 80% da Bacia do Rio Paraíba do Sul, e estamos fazendo a mesma coisa com a Baía de Guanabara. As águas não vivem sem floresta”, frisou. A parlamentar garantiu que a comissão irá acompanhar de perto a execução do Plano Estadual, lembrando também que o mesmo já foi aprovado pelo Conselho de Recursos Hídricos do estado. “Esse plano ainda precisa ser mais discutido, para que possamos seguir à risca as mais de 30 recomendações que ele propõe, além de acrescentar outras recomendações que foram colocadas nessa reunião. O mapeamento da área de preservação permanente no Rio Paraíba é uma delas”. Aspásia também defendeu o estudo para captação eficiente da água da chuva.
Durante o encontro, outras formas de abastecimento foram defendidas pelo presidente do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Haroldo Mattos de Lemos. Entre elas, a dessalinização de água do mar. “Esse processo está cada vez mais acessível. Países como a Espanha já possuem várias estações que realizam esse processo, pois, sem elas, o turismo não existiria. Não podemos mais depender apenas do sistema Guandu. Só com ele, não estamos preparados para um grande acidente que pode ocorrer”, ponderou. Haroldo também citou o estudo para captação de água subterrânea. “Antes disso, é necessário uma análise sobre a recarga dos aquíferos”, concluiu.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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