A presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, anunciou nesta segunda-feira (20/12), durante audiência pública da Comissão de Trabalho, Legislação e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que a categoria entrará em greve no próximo dia 23. Segundo ela, o acordo que reivindicava um aumento de 15% no salário dos trabalhadores foi apresentado há 75 dias, mas, após cinco rodadas de negociação, o reajuste foi negado pelo sindicato patronal. Presidente da comissão, o deputado Paulo Ramos (PDT) ressaltou a gravidade do caso. “O sindicato patronal deixou de comparecer (à audiência). As denúncias feitas são muito graves, colocam em risco os trabalhadores e principalmente os passageiros, a segurança dos vôos. Então, paralelamente ao esforço que vamos desenvolver para possibilitar um acordo entre o setor patronal e a representação dos trabalhadores, estamos marcando uma audiência com o superintendente Regional do Trabalho e vamos exigir uma nova inspeção especial junto às empresas de aviação, para apurar as ações”, afirmou.
O superintendente e a procuradora da Infraero, Willer Furtado e Silvia Correia, respectivamente, declararam que a fiscalização junto aos encargos trabalhistas das empresas aéreas e dos aeroportos cabe especificamente à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “A Infraero é responsável somente por questões que envolvam infraestrutura e acesso aos aeroportos, assim como controle aéreo, embarque e desembarque”, esclareceu Silvia. Também estiveram presentes representantes das companhias aéreas Avianca, Gol e Webjet, que optaram por não se pronunciar de forma independente do sindicato das empresas.
De acordo com o membro do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Marcelo Schmidt, os trabalhadores queixam-se dos baixos salários, das longas jornadas de trabalho e do assédio moral. “Devido a essa intransigência fomos obrigados a marcar a greve, antes que algum acidente sério aconteça. Não acreditamos que o problema esteja na Infraero, a responsabilidade é da Anac e das companhias aéreas, que não honram seus compromissos”, declarou. Paulo Ramos afirmou que a comissão fará o possível para que o caso seja resolvido o quanto antes. “Vamos verificar se o termo de conduta assinado no passado foi devidamente cumprido pelas empresas, e averiguar como o Ministério Público do Trabalho pode contribuir para a superação de tudo o que foi denunciado”, pontuou.
Comunicação Social da Alerj
Nenhum comentário:
Postar um comentário