terça-feira, 14 de junho de 2011

COMISSÃO IRÁ VISTORIAR O MINHA CASA, MINHA VIDA DO GOVERNO FEDERAL

Os municípios do Estado do Rio cadastrados no programa do Governo federal “Minha Casa, Minha Vida” serão vistoriados pela Comissão de Política Urbana, Habitação e Assuntos Fundiários da Alerj. A decisão foi tomada durante audiência pública, realizada nesta terça (14), junto com a Companhia Estadual de Habitação do Rio (Cehab), com base em denúncias de irregularidades na execução do cronograma de obras.

“Ouvimos denúncias e problemas na construção dos conjuntos habitacionais. A população do estado depositou expectativas no programa. Por isso, temos de fiscalizar as obras para não decepcionar o povo fluminense”, relatou o presidente da comissão, deputado Alessandro Calazans (PMN), ressaltando a importância de acompanhar projetos desse porte. O deputado Dica (PMDB) completou informando que as empreiteiras estariam “utilizando o nome do programa para aplicar golpes”.

O objetivo dessas visitas, ainda sem datas definidas, é justamente verificar o andamento das construções. Segundo o vice-presidente da Cehab, Leonardo Azevedo dos Santos, o órgão não tem como fiscalizar tudo sozinho. Ele relatou a dificuldade de encontrar construtoras, principalmente na zona Oeste da cidade do Rio. “O custo de um terreno em Santa Cruz é baixo e, por isso, as empreiteiras, sabendo que a margem de lucro é pequena, acabam elevando o preço do imóvel”, explicou.

O subsecretário de Estado de Habitação, Reginaldo Balieiro Diniz, lembrou que o Plano Estadual de Habitação de Interesse Social deve “fazer o levantamento de todas as demandas existentes no estado e, em seguida, identificar fontes de recursos necessárias para atender a população de baixa renda, inclusive identificando áreas para implantação dos conjuntos habitacionais com a ajuda dos municípios”.

A deputada Lucinha (PSBD) lamentou que as cidades que recebem o programa “Minha Casa, Minha Vida” não possuem o mínimo de infraestrutura. “O programa ajuda muito na questão do déficit habitacional, mas isso não deve ser nossa única preocupação. Não queremos criar cidades dormitórios. Devemos agregar ao projeto o transporte, a educação, a saúde, o saneamento e muitos outros serviços essenciais”, ressaltou.

Também foram debatidos na audiência os problemas referentes à distribuição dos títulos de posse. “Somos uma autarquia com 64 funcionários e, mesmo assim, estamos entregando as regularizações fundiárias, o título de propriedade, a concessão de uso e a escritura definitiva, entre outros documentos. Não fazemos mais rápido por falta de pessoal”, argumentou o presidente do Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio (Iterj), José Geraldo Machado, informando que instituto realizará um concurso público em breve para contratar novos servidores.

Já no final da audiência, o deputado Bruno Corrêa (PDT) fez menção ao programa “Somando Forças” de São João do Meriti, que recebeu R$ 25,1 milhões do Governo do estado. Ele também solicitou um acompanhamento do projeto na Baixada, pois há suspeitas de irregularidades. “O Governo é responsável por 95% da verba do programa, enquanto o município arca com os outros 5%. O que se vê nas ruas da cidade é uma situação caótica, com obras maquiadas e inacabadas. O exemplo mais recente foi a reabertura da Praça da Matriz, no início deste mês. Depois de mais de um ano, a população recebeu uma obra inacabada e com problemas de iluminação pública”, disse o parlamentar.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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