quarta-feira, 28 de setembro de 2011

COMISSÃO QUER FOMENTO AO SETOR DE JOGOS ELETRÔNICOS NO ESTADO

Um mercado composto por 35 milhões de consumidores em todo o País, mas que sofre com a pirataria. Este foi o mote da audiência pública da Comissão de Combate à Pirataria da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro realizada nesta terça (27). “Tivemos, nesta audiência, o intuito de conhecer melhor o mercado para promover benefícios para o setor”, comentou o vice-presidente da comissão, deputado Alessandro Calazans (PMN).

Para o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas Pedro Mizukami, o alto valor dos jogos é o principal estímulo para a pirataria, que custa ao setor uma perda financeira na ordem de 95%. Segundo ele, um jogo que custaria 60 dólares nos Estados Unidos – aproximadamente R$ 109 -, aqui no Brasil custa R$ 270. “O preço é um grande vetor, um grande incentivo à pirataria, além dos problemas relativos à distribuição e ao acesso legítimo desses bens”, afirmou o pesquisador.

Do total de 35 milhões de jogadores no País, só 47% são considerados ativos, ou seja, pagam para consumir os jogos originais. Só nos próximos três meses, este público deve gastar US$ 2 bilhões, segundo estimativas da empresa Games Festival apresentadas na audiência. “Pretendemos alertar o Governo quanto às inúmeras oportunidades que o estado do Rio de Janeiro e sua população vêm perdendo, ao não aproveitar nossa grande vocação cultural. Com um pouco mais de atenção para o setor, milhares de empregos de alta qualidade seriam criados”, disse o diretor comercial da Games Festival, Márcio Matheus, que defendeu a produção nacional de jogos eletrônicos.

Segundo ele, no Rio de Janeiro é difícil desenvolver esta atividade. Presidente da Associação Internacional de Desenvolvedores de Jogos e coordenador do Centro da Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas, Arthur Protasio defende a concessão de incentivos fiscais para mudar este quadro. “Quando falamos de dificuldade não falamos somente de movimentação de capital, falamos também da dificuldade de disseminar nossa cultura. Viemos promover um debate para que um possa auxiliar o outro, para que o mercado possa se desenvolver a partir de incentivos do Governo”, ponderou.

Calazans garantiu que a comissão pretende apresentar emendas ao Orçamento de 2012, para garantir ajuda ao setor. “Assumi o compromisso de ajudar na produção de novos jogos no estado, através de emendas à lei orçamentária”, acrescentou Calazans. Segundo a superintendente de Audiovisual da Secretaria de Cultura do Estado do Rio, Julia Levy, o órgão prevê um gasto de R$ 390 mil, no ano que vem, para o fomento desta atividade. “É importante para valorização das empresas que desenvolvem os jogos. Estamos tentando fazer com que essas empresas tenham acesso a fomentos diretos e indiretos, via renuncia fiscal. Além disso, estamos tentando valorizar os negócios deste meio no Rio de Janeiro”, explica

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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