Dezenas de companheiros de trabalho, amigos, familiares e admiradores
compareceram à sessão especial em homenagem ao jornalista e escritor José Alves
Pinheiro Júnior, na última segunda (14). Pinheiro Júnior aproveitou o
evento, quando recebeu a Medalha José
Cândido Carvalho, para fazer o lançamento de seu mais recente livro: "A
Última Hora (como ela era) - História e lenda de uma convulsão jornalística
contada por um atuante repórter do jornal de Samuel Wainer". A
homenagem foi proposta pelo 1º suplente do PDT na Câmara, José Antônio
Fernadez, o Zaff, que presidiu a sessão.
Aos 77 anos, pai de três filhos e avô de quatro netos, Pinheiro Júnior,
natural de Cachoeiro do Itapemirim, com passagem por algumas das principais
redações do país, sentiu-se duplamente gratificado. “É o que chamo de suprema
sincronicidade. Ser lembrado pela minha cidade e pela Câmara Municipal da terra
que escolhi para viver e criar meus filhos. Mais importante ainda é receber a
medalha que tem o nome de um dos meus mais queridos amigos, com quem trabalhei
e convivi, José Cândido de Carvalho”, disse Pinheiro.
Antes
da entrega da medalha o cantor Byafra e o violonista Cassio Tucunduva
apresentaram, em primeira mão, a música “Olga”, produzida por
Byafra para lembrar os 70 anos do assassinato de Olga Benário Prestes,
extraditada para a Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Byafra,
Cássio e o jornalista Arthur Poerner são parceiros na composição.
Em
seu oitavo livro, Pinheiro Junior mostra como Última Hora foi perseguida desde a fundação. Envolvido em episódios
que culminaram com o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 1954, o jornal
foi metralhado, saqueado e incendiado durante o golpe militar de 1964 e,
finalmente, vendido a pessoas influentes na ditadura, em 1972. Pinheiro Júnior
militou em Última Hora por 17 anos, com funções de repórter a diretor
responsável. A redação do jornal é descrita por ele semelhante a um “palco
iluminado”, onde pontificaram celebridades como o próprio fundador Samuel
Wainer e o teatrólogo Nélson Rodrigues, mais famoso colunista do jornal - com
seu folhetim “A vida como ela é” -, além de colaboradores do quilate de
Stanislaw Ponte Preta, Vinícius de Moraes, João Saldanha e Antônio Maria.
MAIS SOBRE PINHEIRO
Pinheiro Júnior estudou no Liceu Nilo Peçanha, onde fez o ginasial e o
científico. Em seguida entrou para a Faculdade Nacional de Filosofia da
Universidade do Brasil, hoje UFRJ, frequentando durante três anos o curso de
Jornalismo. Foi no Liceu de Niterói que deu início à carreira de jornalista,
fundando os jornais mimeografados O Aríete, Oásis e Flâmula,
além da Revista Unidade Estudantil que tinha circulação
intercolegial. Na Faculdade de Filosofia fundou, o também mimeografado, Reflexão.
Além da UH trabalhou nos jornais A Noite, dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, O
Fluminense, O Globo, O Dia e A Crítica de Manaus. Colaborou com
as revistas da Semana, Manchete e editou a Brasil Mais. Ao
mesmo tempo, foi redator das rádios Jornal do Brasil, Mayrink Veiga e MEC, esta, então, dirigida pelo escritor José
Cândido de Carvalho. Chefiou também a redação da TV Globo no
Rio, foi editor na TV Educativa e gerente de
jornalismo da TV Rio. Escreveu roteiros para filmes de
longa-metragem (Esquadrão da Morte, A Desforra e Pena de Morte) e inspirou
a peça de teatro (Procura-se uma Rosa). Sua produção literária teve
início com a reportagem-romance Esquadrão da Morte, escrita com o
repórter Amado Ribeiro. Em seguida escreveu o livro de contos-reportagens Mefibosete
e Outros Absurdos, seguindo-se o ensaio de memórias Aventuras
dos Meninos Lucas Pinheiro, em parceria com os irmãos Delva, Prestes, Ivo e
Wellington, e a novela pára-policial Bombom Ladrão.
Ascom CMN
Edição: Camilo Borges
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