quarta-feira, 16 de maio de 2012

Jornalista Pinheiro Junior é homenageado pela Câmara de Niterói

Dezenas de companheiros de trabalho, amigos, familiares e admiradores compareceram à sessão especial em homenagem ao jornalista e escritor José Alves Pinheiro Júnior, na última segunda (14). Pinheiro Júnior aproveitou o evento, quando recebeu a Medalha José Cândido Carvalho, para fazer o lançamento de seu mais recente livro: "A Última Hora (como ela era) - História e lenda de uma convulsão jornalística contada por um atuante repórter do jornal de Samuel Wainer". A homenagem foi proposta pelo 1º suplente do PDT na Câmara, José Antônio Fernadez, o Zaff, que presidiu a sessão.

Aos 77 anos, pai de três filhos e avô de quatro netos, Pinheiro Júnior, natural de Cachoeiro do Itapemirim, com passagem por algumas das principais redações do país, sentiu-se duplamente gratificado. “É o que chamo de suprema sincronicidade. Ser lembrado pela minha cidade e pela Câmara Municipal da terra que escolhi para viver e criar meus filhos. Mais importante ainda é receber a medalha que tem o nome de um dos meus mais queridos amigos, com quem trabalhei e convivi, José Cândido de Carvalho”, disse Pinheiro.
Antes da entrega da medalha o cantor Byafra e o violonista Cassio Tucunduva apresentaram, em primeira mão, a música “Olga”, produzida por Byafra para lembrar os 70 anos do assassinato de Olga Benário Prestes, extraditada para a Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Byafra, Cássio e o jornalista Arthur Poerner são parceiros na composição.

Em seu oitavo livro, Pinheiro Junior mostra como Última Hora foi perseguida desde a fundação. Envolvido em episódios que culminaram com o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 1954, o jornal foi metralhado, saqueado e incendiado durante o golpe militar de 1964 e, finalmente, vendido a pessoas influentes na ditadura, em 1972. Pinheiro Júnior militou em Última Hora por 17 anos, com funções de repórter a diretor responsável. A redação do jornal é descrita por ele semelhante a um “palco iluminado”, onde pontificaram celebridades como o próprio fundador Samuel Wainer e o teatrólogo Nélson Rodrigues, mais famoso colunista do jornal - com seu folhetim “A vida como ela é” -, além de colaboradores do quilate de Stanislaw Ponte Preta, Vinícius de Moraes, João Saldanha e Antônio Maria.

MAIS SOBRE PINHEIRO

Pinheiro Júnior estudou no Liceu Nilo Peçanha, onde fez o ginasial e o científico. Em seguida entrou para a Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, hoje UFRJ, frequentando durante três anos o curso de Jornalismo. Foi no Liceu de Niterói que deu início à carreira de jornalista, fundando os jornais mimeografados O AríeteOásis e Flâmula, além da Revista Unidade Estudantil que tinha circulação intercolegial. Na Faculdade de Filosofia fundou, o também mimeografado, Reflexão. Além da UH trabalhou nos jornais A Noite, dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, O Fluminense, O Globo, O Dia e A Crítica de Manaus. Colaborou com as revistas da Semana, Manchete e editou a Brasil Mais. Ao mesmo tempo, foi redator das rádios Jornal do Brasil, Mayrink Veiga e MEC, esta, então, dirigida pelo escritor José Cândido de Carvalho. Chefiou também a redação da TV Globo no Rio, foi editor na TV Educativa e gerente de jornalismo da TV Rio. Escreveu roteiros para filmes de longa-metragem (Esquadrão da Morte, A Desforra e Pena de Morte) e inspirou a peça de teatro (Procura-se uma Rosa). Sua produção literária teve início com a reportagem-romance Esquadrão da Morte, escrita com o repórter Amado Ribeiro. Em seguida escreveu o livro de contos-reportagens Mefibosete e Outros Absurdos, seguindo-se o ensaio de memórias Aventuras dos Meninos Lucas Pinheiro, em parceria com os irmãos Delva, Prestes, Ivo e Wellington, e a novela pára-policial Bombom Ladrão.

Ascom CMN
Edição: Camilo Borges

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