A
Câmara de Vereadores retoma, hoje, 27 de março, o Projeto Espaço Cinema,
com a exibição do filme “Hércules 56”, do diretor Sílvio Da-Rin, que
trata da luta armada contra o regime militar. O Espaço Cinema terá um filme
diferente toda última quarta-feira do mês, sempre com temas voltados para a
história política, cultural e outras questões do cotidiano brasileiro. Antes da
exibição o professor e historiador Salvador Matta e Silva faz um breve relato e
resumo sobre o momento político vivido pelo país dentro do contexto do filme. A
exibição do filme acontece às 18 horas, no Auditório Cláudio Moacyr, que fica
no segundo andar do prédio da Câmara. A entrada é gratuita e 49 senhas são
distribuídas, às 17h30, meia hora
antes do início.
“O
Espaço Cinema é mais um projeto para aproximar a população do Legislativo e que
deu muito certo. Iniciativas como essa, ao lado do Programa Escola de
Democracia, das sessões transmitidas ao vivo pela Internet e as audiências
públicas, vão de encontro ao que desejamos: a participação cada vez maior da
sociedade na vida do parlamento municipal”, diz o presidente Paulo Bagueira.
Luta
armada
O
documentário reavalia a luta no Brasil a partir do sequestro do embaixador
americano, Charles Burke Elbrick, em 1969. Após a captura do diplomata,
ocorrida na semana da Independência, foi exigida a divulgação de um manifesto
revolucionário e a libertação de 15 presos políticos, representantes, à época,
de todas as tendências de esquerda que combatiam a ditadura. Banidos do
território nacional e com a nacionalidade cassada, eles foram conduzidos ao
México num avião da Força Aérea Brasileira tipo Hércules, de prefixo 56.
Agonalto
Pacheco, Flávio Tavares, José Dirceu, José Ibrahin, Maria Augusta Carneiro
Ribeiro, Mario Zanconato, Ricardo Vilas, Ricardo Zarattini e Vladimir Palmeira
são os personagens principais do filme ainda remanescentes daquele grupo. Os que
já morreram estão presentes através de materiais de arquivo, como Luís
Travassos, Onofre Pinto, Rolando Frati, João Leonardo Rocha, Ivens Marchetti e
Gregório Bezerra. Em entrevistas individuais, eles relatam as condições de
atuação política no final dos anos 1960, a prisão, a libertação, a curta
permanência no México e o período vivido em Cuba, terminando por avaliar a
experiência da “resistência” no Brasil.
Para
rememorar os objetivos e detalhes do sequestro, o seu contexto e a repercussão
sobre o processo político nacional, o filme promove a reunião de Cláudio
Torres, Daniel Aarão Reis e Franklin Martins, dirigentes da Dissidência da
Guanabara, que idealizou a ação e passou então a adotar a sigla MR-8; e
Manoel Cyrillo e Paulo de Tarso Venceslau, os dois únicos remanescentes da Ação
Libertadora Nacional, que realizou conjuntamente a operação.
Uma
terceira linha narrativa é constituída por extenso material audiovisual de
época, em grande parte inédito no Brasil, pesquisado em países como Estados
Unidos, Cuba, França e México.
Ascom CMN
Edição: Camilo Borges
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