O chefe do Comando da Polícia Ambiental, coronel Eduardo Frederico Cabral de Oliveira, criticou a impunidade de criminosos ligados à distribuição e à venda de bichos em reunião com o presidente da Comissão Especial de Proteção aos Animais, deputado Thiago Pampolha (PSD), nesta quarta (02), na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. O comandante reforçou a importância, para as investigações, do aperfeiçoamento da coleta de dados. Pampolha anunciou que irá convocar, em breve, uma reunião para votar a aprovação de um documento que peça recursos para o incremento da investigação do setor, através de um software próprio. “Seria um incentivo financeiro do Governo do Estado para o batalhão, dando um aporte através da Secretaria de Segurança”, adiantou o deputado.
Segundo o comandante, bandidos que atuam nas regiões de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e no bairro de Honório Gurgel, subúrbio da capital, chegaram a ser presos mais de duas vezes este ano e já voltaram para as ruas. “No policiamento ambiental, não tem ninguém que vá para a delegacia registrar crime. A natureza é cega, surda, muda. Por isso, eu costumo dizer que a cifra negra da criminalidade ambiental é de 100%. Se nós não procurarmos aumentar essa nossa capilaridade de informações, a gente não vai conseguir ser eficaz”, frisou o comandante, que lembrou o peso da internet no auxílio às investigações. Segundo ele, as mídias sociais e o e-mail são alguns dos canais para as reclamações, além do Disque Denúncia (2253-1177), que continua sendo um dos principais meios de queixas do CPAm. A criação de um software para ampliar o banco de dados da polícia e noticiar ações da instituição é um dos caminhos encontrados pelo comandante.
A falta de delegacias especializadas nos maus tratos aos animais, lembrou Pampolha, seria uma alternativa para aumentar o número de registros e de colaborações com a polícia. Aprovada pela comissão há aproximadamente dois meses, a ideia foi sugerida à chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, que alegou, segundo Pampolha, falta de recursos e policiais. O problema, no entanto, vai além. “É muito mais complexo do que criar uma delegacia e policiais para anotar as informações. Mas trata-se também do sentimento de focar em punições concretas, abrigar os animais que são recolhidos e dar o devido tratamento”, acrescentou Pampolha.
O comandante acrescentou que mais unidades do CPAm, atualmente são seis, devem ser inauguradas ainda este ano, e que há estudos com o Conselho Regional de Medicina Veterinária para a criação de mais áreas para a soltura de bichos apreendidos. De acordo com o comandante, atualmente há somente um local para este trabalho no Rio.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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