A construtora Tenda será convocada novamente pela CPI das Construtoras da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. A decisão foi tomada porque o diretor de negócios da empresa, Luiz Henrique Diniz, não soube responder aos deputados nem quais imóveis estão com seus prazos de entrega atrasados e nem o por quê.
“Cem por cento dos empreendimentos da Tenda são do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’. A construtora não está conseguindo atender à população com o mínimo de qualidade e comprometimento de cumprir o prazo”, afirmou o presidente da CPI, Gilberto Palmares (PT), após os depoimentos colhidos nesta segunda (30). Segundo o relator da CPI, Wagner Montes (PSD), há 297 processos em andamento contra a Tenda.
Outra construtora ouvida pela CPI foi a Rossi, que, assim como a Cyrela, culpou a Copa do Mundo e as Olimpíadas por uma suposta falta de mão de obra no mercado e pelo consequente atraso na entrega de 15 empreendimentos.
“Tivemos 15 empreendimentos já entregues desde 2010. Dez desses imóveis foram entregues com atraso, principalmente por causa da falta de mão de obra”, alegou o diretor regional da empresa, Rafael Cardoso.
“Podemos perceber que, por conta do boom imobiliário visando as Olimpíadas de 2016, a crise de falta de mão de obra é a alegação principal pelos atrasos de todas as construtoras depoentes, ela continuará assim e iludirá cada vez mais as pessoas que compram suas casas próprias”, afirmou Wagner Montes, que pretende incluir no relatório final uma lista de construtoras que atrasam suas entregas e continuam lançando novos empreendimentos.
O presidente da CPI adiantou que o volume de reclamações recebidas pelo grupo continua aumentando e que mais depoimentos serão tomados. “As reclamações continuam crescendo, mas como temos prazo para conclusão, vamos ouvir outros especialistas ligados à área de urbanismo, ambiental e engenharia, para fundamentar ainda mais o nosso relatório”, afirmou Gilberto Palmares.
Entre os casos mais graves, está o dos condomínios Nirvana I e II, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, lançado e vendido pela AG Prima sem que a construtora não fosse sequer dona do terreno e nem tivesse licença municipal para a obra. A Zona Oeste do Rio, onde diversos empreendimentos do programa “Minha Casa, Minha Vida” estão em andamento, também preocupa a comissão. “Os casos mais graves são os de compradores que já pagaram o valor total dos imóveis, mas não há sequer um tijolo no local”, diz Palmares, anunciando uma vistoria nos canteiros de obra dos condomínios Nirvana I e II.
Comunicação Social da Alerj
Nenhum comentário:
Postar um comentário