Representantes da LLX, empresa responsável pela implantação do Complexo Logístico do Superporto do Açu, em São João da Barra, Norte fluminense, afirmam que o projeto será executado como o previsto desde o início, mesmo com a troca do controle acionário. Essa informação foi divulgada durante a audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, nesta quarta (06), pela Comissão Especial criada na Casa para acompanhar a situação dos investimentos no local. “Essa audiência veio esclarecer muitas questões, sobretudo no que tange ao controle acionário do grupo que está administrando o processo de implantação do Porto do Açu”, informou o presidente do grupo, deputado Roberto Henriques (PSD).
O grupo americano EIG assumiu o controle da LLX este ano, após uma crise no empreendimento. A OLX, do empresário Eike Baptista, que detinha o controle acionário do projeto, ficou com apenas 20% das ações. A comissão deve reunir-se novamente na próxima terça-feira (12), às 10h, na sala 311, para receber o grupo americano EIG. “Hoje foi dado, sem dúvida nenhuma, um passo importantíssimo para que continuemos no processo de analisar essa crise. Queremos trabalhar para acharmos saídas para aquilo que é de competência do Poder Público”, concluiu o parlamentar.
Desde o início do projeto já foram investidos R$ 4,1 bilhões. Segundo o diretor financeiro da LLX, Eugênio Figueiredo, ainda será investido, até 2015, mais R$ 1,7 bilhão no desenvolvimento do terminal TX1 e R$ 1,2 bilhão no terminal TX2. O empreendimento prevê grandes impactos nas cidades de Campos dos Goytacazes, São João da Barra e municípios vizinhos. De acordo com pesquisa apresentada pela LLX, o imposto de ISS recolhido nas regiões aumentou cerca de 4 mil por cento desde o início das obras. “Em 2005 eram recolhidos R$ 750 mil de imposto, em 2012 esse número passou a ser de R$ 33 milhões. É fato que o Porto vai trazer a reboque o desenvolvimento da região”, afirmou Eugênio.
Além da movimentação financeira, o empreendimento prevê um aumento na oferta de emprego para a região, principalmente na área de construção e operação do porto. “A percepção era de que os filhos das cidades do interior saíam das suas regiões para conseguir empregos em outros locais porque não tinham uma ocupação naquelas localidades. Agora esse cenário está diferente nestas regiões, jovens conseguem ter uma ocupação e uma qualificação na região onde eles nasceram”, concluiu o diretor financeiro.
Os operários da região, porém, estão preocupados com essa promessa. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Norte Fluminense, José Carlos Eulálio, nem sempre as coisas acontecem dessa forma. “Tudo que foi ilustrado é muito bonito, mas na prática não é bem assim que acontece. Sugiro que seja exigido da empresa LLX que 80% da mão de obra utilizada no Complexo venham da população local. Não é justo que sejamos impactados com uma obra desse porte e não sejamos beneficiados” alertou o sindicalista. Em resposta, a LLX garantiu que existe um projeto que prevê a utilização desta mão de obra local, mas não em tão grande quantidade. A empresa ainda informou que até o momento já foram empregadas 7 mil pessoas com o projeto.
O vereador Marcelo Garcia (PSDB), morador de São Francisco de Itabapoana, levou questionamentos sobre o impacto ambiental que a obra vai causar nas regiões próximas. “Ficamos preocupados com o futuro desses moradores que hoje se mantém, por exemplo, da pesca e vão enfrentar grandes impactos com a construção e depois com a operação do porto. Precisamos ter certeza que haja uma parceria entre a empresa e as prefeituras locais, justamente para evitar problemas graves. Esse olhar de futuro precisa existir”, ressaltou o vereador.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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