A audiência pública realizada pela Comissão de Representação para Acompanhar as Políticas Públicas de Proteção aos Animais da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro nesta sexta (06), para debater o uso de tração animal na Ilha de Paquetá, endossou a opinião do colegiado após visita ao local, em setembro: tanto na ocasião quanto na audiência, concluiu-se pela necessidade de suspensão do serviço de charretes na ilha. Durante a audiência, um dossiê de fotos mostrou as condições precárias em que vivem os animais. Entre os registros, cavalos confinados em pequenas baias com chão cimentado e sem serragem, o que os obriga a viver e dormir sobre as próprias fezes e urina, situação que ainda é agravada pela ausência de veterinário contratado pela Associação dos Carreteiros de Paquetá.
Segundo o presidente da comissão, deputado Thiago Pampolha (PSD), o próximo passo será convocar uma audiência com a presença de representantes da Associação dos Carreteiros de Paquetá e da XXI Região Administrativa do Rio de Janeiro. Se for confirmada a indicação inicial, a comissão entrará em contato com o prefeito Eduardo Paes (PMDB) para sugerir, amparada em relatórios e laudos, a suspensão da atividade e a realocação dos charreteiros para outra modalidade de transporte turístico.
Para o representante da Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais do município, Alceu Cardoso, todas as normas de funcionamento estão sendo descumpridas pelos charreteiros do local, mesmo após envio de 16 autos de infração. “Os animais estão sendo submetidos a um regime bárbaro”, informou o médico veterinário Alceu Cardoso. A alternativa para o fim das charretes por tração animal seria o uso de triciclos elétricos, já utilizado no local. “Mesmo que as normas sejam cumpridas, o uso de cavalos em transporte de cargas é cruel, gera sofrimento e não é mais necessário no século XXI”, afirmou a pesquisadora de tração animal e moradora da ilha, Silvia Veg. “Cidades como Recife, Petrópolis e Nova York já estão implantando medidas para erradicação da tração animal como transporte e o Rio não pode continuar no atraso por conta de uma tradição”, completou.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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