A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro formalizou nesta quarta (11) a Frente Parlamentar de Defesa da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Presidida pela deputada Inês Pandeló (PT), o grupo irá discutir o projeto do governo de São Paulo de transposição de parte das águas do Paraíba do Sul, que, por sua vez, abastece o Rio Guandu, responsável pelo abastecimento de água de 80% da população do Grande Rio. Para isso, o grupo propõe a criação de frentes e comissões nas câmaras municipais. A Frente também pedirá ao presidente da Alerj, Paulo Melo (PMDB), que a discussão também seja levada para o Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Rio.
Além disso, Inês Pandeló apresentou uma proposta da Comissão Ambiental Sul, ligada à Diocese de Barra do Piraí e Volta Redonda, para que seja realizado uma reunião interestadual entre Rio, São Paulo e Minas Gerais, estados envolvidos na questão. “Existe uma ideia da Comissão Ambiental Sul para que a gente paute, para o próximo ano, um encontro interestadual de parlamentares para debater o assunto no ponto de vista de São Paulo, Minas Gerais e Rio”, adiantou a petista.
A ambientalista Vera Lúcia Teixeira vê problemas no estudo contratado por São Paulo, feito pela Companhia Brasileira de Projetos Empreendimentos. Segundo ela, a Cobrape trabalha com a vazão média do Paraíba do Sul e visa ao desenvolvimento econômico. “É o crescimento pelo crescimento. Não considera a questão ambiental, o que é algo que nos assusta muito nos tempos de hoje”, criticou Vera. Por outro lado, ela reforçou que o estudo feito pelo Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, que trabalha com a vazão mínima, já identificou déficit híbrido em algumas regiões.
Já Luiz Paulo (PSDB) chamou a atenção para a barragem no rio feita por Furnas, no local conhecido como “Salto do Funil”, em Resende, no Sul Fluminense. Para o deputado, os resultados foram desastrosos tanto para o ponto de vista ambiental quanto para a economia. Diferentemente da transposição do Rio São Francisco, para o tucano, no caso do Rio Paraíba do Sul não há mote social: “Essa é uma transposição que visa, unicamente, a dar escala econômica a São Paulo. Ela pode trazer graves prejuízos econômicos, sociais e ambientais”.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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