quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Menino atingido por alicate recebe alta
Após passar por neurocirurgia delicada, jovem de 12 anos deixa a unidade de saúde sem sequelas
O Dia das Crianças foi duplamente comemorado pela família do jovem Simão de Oliveira, 12 anos, atingido na cabeça por um alicate durante uma briga com um colega. Após dez dias internado, o menino recebeu alta, hoje (12), do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, e foi recebido com festa por parentes e vizinhos da comunidade Santa Lúcia, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Em 20 dias, ele poderá voltar à escola e dentro de três meses será liberado para retomar suas atividades físicas preferidas: andar de bicicleta e jogar futebol.
Quando chegou ao hospital, no dia 2 de outubro, Simão passou por exame de tomografia computadorizada, que detectou uma hemorragia e verificou a necessidade de uma neurocirurgia delicada. O alicate ficou alojado na parte posterior do cérebro, responsável pela formação da imagem no globo ocular, e havia o temor de que a visão fosse afetada. Segundo o neurocirurgião responsável pelo procedimento, Thiago Marreto, o menino – que não enxerga com o olho direito devido a um problema genético – já se recuperou da lesão e não sofreu sequelas.
"Acredito que ele ganhou um grande presente nesse Dia das Crianças. Ele ficará de licença por 20 dias antes de retornar à escola, por precaução, e tomará medicamento anticonvulsivante, que será reduzido gradativamente. Simão também fará acompanhamento nos ambulatórios de oftalmologia e neurocirurgia e, daqui a três meses, poderá retomar atividades de alto impacto" disse o médico.
Muito emocionado, o jovem saiu do hospital chorando, ansioso para encontrar os irmãos e a família. Ao chegar em casa, foi recebido pelos vizinhos e parentes, que prepararam um bolo e enfeitaram o local para dar as boas-vindas ao jovem.
"No dia da cirurgia, achei que ia morrer e nunca mais veria os meus irmãos. Durante o tempo em que fiquei no hospital, o que eu mais queria era abraçar cada um deles. Estou muito emocionado, nem dá nem pra falar como estou me sentindo" comemorou.
O pintor Domingos Jorge de Oliveira, pai de Simão, disse que a recuperação é um milagre e que agora será mais criterioso ao escolher os amigos com quem o filho poderá se relacionar.
"Estamos muito felizes por ele estar vivo. Peço a Deus que não aconteça outra vez com ele nem a outras crianças. Que os pais tenham mais consciência ao cuidar de seus filhos, conversem com eles para evitar que o pior aconteça, que se envolvam em brigas. Ele esteve nas mãos de bons médicos, essa foi nossa sorte. Agora é só felicidade, vida nova" disse o pintor.
A equipe do hospital foi muito elogiada também pela mãe do jovem, a dona de casa Alessandra Florentino do Nascimento. Ela contou que o pânico de ver seu filho no centro cirúrgico deu lugar ao desespero, durante a espera pela recuperação.
"Quando vi o Simão ser socorrido, achei que ele não voltaria. Mas a cada exame feito, os médicos e enfermeiros me davam uma nova esperança. A gente se sente inútil, porque não pode ajudar nem trocar de lugar com ele. Só me senti satisfeita quando saí do hospital, com ele andando. Hoje é Dia das Crianças, mas quem recebeu um presente fomos nós" relatou a mãe.
Para o diretor-geral do Hospital Adão Pereira Nunes, Manoel Moreira, a pronta recuperação do adolescente se deve a dois fatores: o rápido atendimento após o acidente e a procura por um centro de referência.
"O paciente receber alta sem sequelas depende de o hospital estar equipado, ter uma equipe no pronto atendimento, na emergência, e o curto espaço de tempo no socorro. Nossa unidade tem um centro de imagem de última geração, com aparelhos de tomografia e ressonância magnética que, juntos, realizam por mês mais de quatro mil exames. Estamos passando por um processo de avaliação pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação e o atendimento é referência não só na Baixada Fluminense como no estado" avaliou o neurocirurgião.
Ascom GOV RJ
Edição: Camilo Borges
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