domingo, 18 de dezembro de 2011

TEATRO DOS QUATRO LEVARÁ O NOME DO ATOR SÉRGIO BRITTO


O Teatro dos Quatro, no Shopping da Gávea, fundado pelo ator e diretor Sérgio Britto, velado neste sábado (17) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, será rebatizado com o nome do seu idealizador. O anúncio foi feito pela sobrinha do ator, Marília Brito. “Ele foi um dos sócios do teatro até 2006, quando foi vendido. A Nathália Timberg deu a ideia da mudança de nome, e conversou com os atuais proprietários, que toparam”, apontou ela. Sérgio Britto, que morreu na manhã de sábado, aos 88 anos, de insuficiência respiratória aguda, estava internado desde o dia 14 de novembro no hospital Copa D’Or, na Zona Sul da capital, com problemas cardíacos. O corpo chegou à Alerj por volta das 15h. Britto será sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, neste domingo (18), às 11h.

Para o presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), a perda é um golpe duro para o estado. “Perdemos um grande homem, um grande ator e um grande defensor da cultura no nosso País”, afirmou. Já o governador Sérgio Cabral divulgou uma nota lamentando a morte do ator. "Morre um dos maiores atores da história da dramaturgia brasileira. Culto, elegante, sarcástico, explorou todos os canais de comunicação para a sua arte. Entretanto, no teatro foi o maior”. Cabral disse, ainda, que será decretado luto por três dias no estado. Secretária de Estado de Cultura, Adriana Rattes classificou o ator como um “grande artista e grande mestre”, e lembrou ainda a morte do carnavalesco Joãosinho Trinta, que também faleceu neste sábado, em São Luiz, no Maranhão. “O Rio de Janeiro está de luto. É momento de lembrar destes mestres, de reverenciá-los. Eles fazem parte deste patrimônio que faz o Rio de Janeiro ser o que é”, frisou.

Amiga do ator há mais de cinquenta anos, a atriz Fernanda Montenegro mostrou-se abalada pela perda. “Não perco um grande amigo, perco o meu irmão. Fazíamos parte de uma família artística muito íntima e particular, eu, o Sérgio, Fernando Torres, Ítalo Rossi e Nathália Timberg. Restamos eu e Nathália. Enquanto nós vivermos, seremos representantes desta família”, disse. A atriz Nathália Timberg foi além, e disse que um pouco do teatro se vai junto com o artista. “Perdemos um homem do teatro. Ele viveu pro teatro e muito do teatro está morrendo com ele. E me sinto morrendo um pouco também. Estar no teatro agora será diferente”, lamentou.

Sobrinho de Sérgio Britto, Paulo César Brito disse que o momento era o último palco do tio. “Ele tinha vigor, uma curiosidade infinita. Era um homem do palco, e este foi seu último palco”, afirmou. Os sobrinhos pretendem, agora, administrar o acervo de peças e itens relativos às artes cênicas e à história do artista, que pertenciam ao ator. “É preciso que outras pessoas tenham acesso a tudo isso. Temos a responsabilidade de cuidar disso, de fazer o nosso melhor”, acrescentou Paulo César.

Médico por formação, em 2010, ao lançar sua biografia, Sérgio Britto disse que na juventude não encarava os palcos como uma possível profissão. A paixão pelo teatro, porém, falou mais alto na vida deste carioca, que nasceu no Centro do Rio e que estreou nos palcos em 1945. Ao longo de sua carreira, Sérgio Britto esteve em mais de 130 peças, como ator ou diretor, e recebeu os mais importantes prêmios de atuação e direção teatral. Foi também um pioneiro na televisão brasileira, ao dirigir a primeira telenovela produzida pela Rede Globo, Ilusões Perdidas. Durante os últimos dez anos, atuou como apresentador do programa semanal Arte com Sérgio Britto, da TV Brasil.

Comunicação Social da Alerj
Edição: CAmilo Borges

Nenhum comentário:

Postar um comentário