sexta-feira, 28 de setembro de 2012

CPI DISCUTE PAGAMENTO DE TUTORES DA ESTÁCIO DE SÁ‏

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que investiga denúncias contra as universidades particulares do estado, presidida pelo deputado Paulo Ramos (PDT), ouviu nesta quinta (27) a reitora da Universidade Estácio de Sá, Paula Caleffi, e o diretor-presidente da instituição, Rogério Melzi. Os parlamentares receberam a denúncia de que professores do Ensino à Distância da universidade recebiam a remuneração hora/aula menor do que a dos professores dos cursos presenciais. A reitora da universidade explicou que os tutores não são responsáveis pelo processo de conteúdo e não elaboram as provas, atuando somente como mediadores.

“A função é remunerada e o tutor é um mediador fundamental para o funcionamento da educação à distância, que hoje é uma modalidade muito aliada com a sociedade do conhecimento. Temos vários tipos de tutores que são normatizados por instrumentos de avaliação do Ministério da Educação", pontuou Paula Caleffi. Segundo ela, a universidade dispõe de tutores presenciais, que estão nos polos e que podem ser apenas graduados, por não exercerem funções em laboratórios. "Isso funciona como uma política de primeiro emprego, para os alunos que se formaram e querem seguir a carreira de docente. Quando o tutor está já exercendo a função de tutor on-line ou está a executando dentro de um laboratório, ele deve ter no mínimo especialização”, acrescentou. Ela disse, ainda, que o valor da mensalidade do curso à distância é metade do valor do curso presencial.

O relator da CPI, deputado Robson Leite (PT), disse que a universidade está utilizando este dado para reduzir o seu custo operacional. “Vamos encaminhar junto ao relatório da CPI essa informação ao Ministério Público”, afirmou. Para o presidente da CPI, ainda faltam elementos para tratar do comprometimento da instituição. “Estamos buscando provas daquilo que é denunciado, mas sabemos também que a Estácio é a mais bem preparada. Queremos saber se o objetivo é só ganhar dinheiro. A grande questão é que o depoimento dos representantes da universidade nos demonstra que existe uma política pública voltada para o ensino à distância e que vem ocupando o espaço da educação presencial”, reclamou.

Ramos disse que pretende investigar os investidores da universidade e pediu cópias dos balanços financeiros da instituição, referentes aos anos de 2010 e 2011. “O que investidores estrangeiros viriam fazer aqui ? Às vezes, quando uma ação perde valor, tem gente ganhando com aquilo. Vamos investigar isso. Quais são esses fundos estrangeiros, quem são os investidores ?”, questionou. O diretor-presidente da instituição, Rogério Melzi, disse que a GP Investimentos detém 19,5% das ações, sendo a maior acionista. “Têm muitos professores e alunos que são acionistas na Estácio. Isso faz com que o nosso trabalho seja muito profissional, nosso emprego depende do nosso comprometimento e os nossos investidores entendem que o nosso compromisso é de longo prazo”, enfatizou Melzi. A Estácio têm atualmente 280 mil alunos, sendo que 15 mil são de pós-graduação e 50 mil estão matriculados no ensino à distância.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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