A Comissão Parlamentar
de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que
investiga denúncias contra as universidades particulares do estado,
presidida pelo deputado Paulo Ramos (PDT), ouviu nesta quinta (27) a reitora
da Universidade Estácio de Sá, Paula Caleffi, e o
diretor-presidente da instituição, Rogério Melzi. Os parlamentares
receberam a denúncia de que professores do Ensino à Distância da
universidade recebiam a remuneração hora/aula menor do que a
dos professores dos cursos presenciais. A reitora da universidade
explicou que os tutores não são responsáveis pelo processo de
conteúdo e não elaboram as provas, atuando somente como mediadores.
“A função é
remunerada e o tutor é um mediador fundamental para o funcionamento
da educação à distância, que hoje é uma modalidade muito aliada
com a sociedade do conhecimento. Temos vários tipos de tutores que
são normatizados por instrumentos de avaliação do Ministério da
Educação", pontuou Paula Caleffi. Segundo ela, a
universidade dispõe de tutores presenciais, que estão nos polos e
que podem ser apenas graduados, por não exercerem funções em
laboratórios. "Isso funciona como uma política de primeiro
emprego, para os alunos que se formaram e querem seguir a carreira de
docente. Quando o tutor está já exercendo a função de tutor
on-line ou está a executando dentro de um laboratório, ele deve ter
no mínimo especialização”, acrescentou. Ela disse, ainda, que o
valor da mensalidade do curso à distância é metade do valor do
curso presencial.
O relator da CPI,
deputado Robson Leite (PT), disse que a universidade está utilizando
este dado para reduzir o seu custo operacional. “Vamos encaminhar
junto ao relatório da CPI essa informação ao Ministério Público”,
afirmou. Para o presidente da CPI, ainda faltam elementos para tratar
do comprometimento da instituição. “Estamos buscando provas
daquilo que é denunciado, mas sabemos também que a Estácio é a
mais bem preparada. Queremos saber se o objetivo é só ganhar
dinheiro. A grande questão é que o depoimento dos representantes da
universidade nos demonstra que existe uma política pública voltada
para o ensino à distância e que vem ocupando o espaço da educação
presencial”, reclamou.
Ramos disse que
pretende investigar os investidores da universidade e pediu cópias
dos balanços financeiros da instituição, referentes aos anos de
2010 e 2011. “O que investidores estrangeiros viriam fazer aqui ? Às
vezes, quando uma ação perde valor, tem gente ganhando com aquilo.
Vamos investigar isso. Quais são esses fundos estrangeiros, quem são
os investidores ?”, questionou. O diretor-presidente da instituição,
Rogério Melzi, disse que a GP Investimentos detém 19,5% das ações,
sendo a maior acionista. “Têm muitos professores e alunos que são
acionistas na Estácio. Isso faz com que o nosso trabalho seja muito
profissional, nosso emprego depende do nosso comprometimento e os
nossos investidores entendem que o nosso compromisso é de longo
prazo”, enfatizou Melzi. A Estácio têm atualmente 280 mil alunos,
sendo que 15 mil são de pós-graduação e 50 mil estão
matriculados no ensino à distância.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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