Setor de internação quase totalmente fechado e enfermaria funcionando parcialmente. Esse foi o quadro encontrado pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que investiga a Santa Casa de Misericórdia durante vistoria realizada na unidade, nesta quinta (28). O presidente da CPI, deputado Domingos Brazão (PMDB), classificou como lamentável a situação. O local foi interditado pela Vigilância Sanitária no dia 9 de outubro ainda apresenta áreas insalubres.
“Hoje foi o primeiro passo da comissão e depois de verificar as condições da Santa Casa vamos convidar funcionários e pessoas envolvidas com a instituição para saber o que aconteceu com o patrimônio da Santa Casa. A instituição atendia 30 mil pessoas antes da intervenção. Já há uma carência enorme de atendimento de saúde no estado, e a Santa Casa parada não contribui para melhorar esse atendimento. Precisamos identificar o que está acontecendo e o que pode ser feito para reverter esse caso”, disse o parlamentar.
A comissão foi recebida pelo mordomo e chefe da enfermaria de Cirurgia Plástica, Francesco Mazzan. Ele explicou que das 41 enfermarias, 11 já foram reabertas e que os serviços de radiologia, ressonância magnética, dermatologia, psiquiatria, o laboratório central e o banco de sangue estão em funcionamento. “A gente está sofrendo visitações periódicas da Vigilância Sanitária em todos os serviços que ainda não foram liberados. Conforme a vistoria, eles fazem as exigências necessárias para adequação e, estando o serviço em conformidade com a legislação, é liberado”, explicou.
O setor de internação do hospital ainda está completamente interditado. Segundo Francesco, serão necessárias grandes mudanças para que o espaço cumpra as normas da Vigilância. “Uma central de esterilização, uma lavanderia e um local adequado para a preparação e alimentação dos pacientes e funcionários, são algumas das exigências. Estamos providenciando os contratos de terceirização, e vai demorar um pouco mais para ser resolvido”, disse.
Em dezembro do ano passado, o hospital foi descredenciado do SUS pela Secretaria Municipal de Saúde. Serviços insatisfatórios de nutrição, lavanderia, limpeza e instalações físicas inadequadas foram as alegações. Segundo Mazzan, esse credenciamento só retorna se todas as exigências feitas pela Vigilância Sanitária forem atendidas. “Mesmo depois do cancelamento do contrato com o SUS a Santa Casa continuou prestando serviço de gratuidade para as pessoas carentes, o número foi reduzido, mas o atendimento continuou”, lembrou Francesco.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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