Auditar os cinco últimos aumentos das tarifas dos transportes coletivos de Niterói, através de uma empresa de auditoria externa e independente. Este é o principal ponto do relatório final da CPI dos ônibus, aprovada na sessão legislativa desta terça-feira (10), por 15 votos a favor e 4 contrários. A sessão que começou às 17h só foi concluída às 23h14m.
O relatório, com 700 páginas, apresenta 21 recomendações e chama a atenção do poder público sobre a falta de transparência e controle no cálculo das tarifas, considerado pelo relator, vereador Luis Carlos Gallo de Freitas (PROS) uma verdadeira “balburdia” e chama a atenção para a necessidade da adoção de um padrão contábil único entre os dois consórcios e suas empresas.
O relatório também sugere à Prefeitura, fazer a redução do ISS das empresas que hoje é de 1%, para o índice simbólico de 0,0001%. O relatório ressalta que a redução será vinculada diretamente à queda do valor da passagem.
Contrário ao relatório, o presidente da CPI, vereador Bruno Lessa (PSDB) criticou o relatório final e ressaltou que fez um relatório em separado, apresentado na última reunião da CPI, junto com o vereador Henrique Vieira (Psol) e que foi derrubado por três votos contrários ao documento.
Conforme prevê o relatório final, o documento será encaminhado ao Prefeito Rodrigo Neves (PT), à Secretária de Urbanismo e Mobilidade, Verena Andreatta, ao Procurador Geral, Carlos Raposo, ao Presidente da Nittrans, Paulo Afonso Cunha e ao Tribunal de Contas do Estado, ao Ministério Público Estadual, aos sindicatos dos Rodoviários e das Empresas de Transportes e também aos consórcios TransNit e TransOceânico.
Veja os principais pontos dos sugeridos e recomendados pelo relatório final:
. Ampla divulgação dos dados utilizados nas planilhas de custo que definem o valor das tarifas
. Criação do Conselho de Transportes com participação do Executivo, Legislativo, empresas e sociedade;
. Implantação de ouvidorias nas empresas para atender usuários;
. Padrão contábil único para fiscalização mais eficiente do Poder Público;
. Instituir metas de qualidade aos consórcios;
. Redução da vida útil da frota de dez para seis anos;
. Ar-condicionado em toda a frota num prazo de seis anos e que todos os novos ônibus sejam equipados com ar;
. Instituir uma Política Municipal de Mobilidade Urbana para prever faixas seletivas, proibir estacionamento em corredores principais, horário noturno de carga e descarga, realocação de pontos de táxi, vagas subterrâneas de estacionamento e edifícios garagem e criação de corredores exclusivos;
. Redução da frota em 20% em até cinco anos conforme o Plano Lerner;
. Construção de pontos finais padronizados e confortáveis para rodoviários;
. Equipar com recursos humanos e materiais os órgãos públicos para fiscalização eficiente;
. Construção de terminais e abrigos confortáveis para os usuários;
. Contratação de auditoria externa feita por empresa reconhecida e independente para analisar os cálculos tarifários nos últimos cinco anos;
. Capacitação e treinamento constante dos rodoviários para atendimento a população e pessoas com necessidades especiais;
. Disponibilização pelas concessionárias de site com todos os dados do sistema de transportes;
. Pedir ao Poder Público o cumprimento do contrato de concessão;
. Estimular o uso do Riocard e proibir o pagamento em dinheiro num prazo de cinco anos para agilizar o atendimento e fiscalizar;
. Construção do Centro de Controle Operacional para monitoramento via GPS;
. Mais transparência na concessão de gratuidades e utilização do Fundo Municipal de Transportes por portal na Internet;
. Terminais itinerantes para cadastramento do Riocard;
. Desoneração da tarifa mediante a redução da alíquota do ISS para 0,01% sobre a movimentação econômica.
Ascom CMN
Edição: Camilo Borges
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