quinta-feira, 28 de outubro de 2010

NOVO DESLIZAMENTO NO BUMBA E CIDADE VIVE MEDO DA CHUVA

Foi como se estivesse voltando no tempo até o mês de abril, e o pesadelo estivesse ocorrendo outra vez”. A frase de uma moradora da comunidade do Bumba, no Cubango, resumiu a preocupação e o desespero entre o fim da noite de terça-feira e a madrugada de ontem, quando as fortes chuvas que castigaram o município provocaram novos deslizamentos no perímetro onde em abril desse ano mais de cem pessoas morreram num grande deslizamento. Na ocasião dezenas de casas foram soterradas.
Desde então, mesmo com quase toda área onde ocorreu a tragédia isolada e dezenas de famílias tendo que morar em abrigos, o risco não diminuiu na região. No fim da noite de terça-feira, com a confirmação da previsão do tempo, que alertou para volta das fortes chuvas, moradores da região passaram a temer novamente pela consequências. Eles estavam certos. Durante a madrugada de ontem foram registrados novos deslizamentos no mesmo perímetro onde operários da prefeitura já trabalhavam desde abril nas obras de emergência, como contenção das encostas, drenagem, e recuperação das vias urbanas, obra orçada em R$ 35 milhões com verba estadual e federal, com extensão até o Morro do Céu, no Caramujo.
Segundo moradores, com a chuva uma grande quantidade de lama foi arrastada para a principal via que corta a localidade, a Estrada Viçoso Jardim. Felizmente nenhuma casa situada na encosta do morro foi atingida. Dessa vez os operários agiram com rapidez e usando retroescavadeiras e pás-mecânicas removeram grande quantidade de lama, que chegou a levar a interdição da via. Pela manhã o trabalho já estava praticamente concluído, restando o susto para os moradores da comunidade.
“Graça a Deus não ocorreu nada dessa vez. Estamos muito atentos. A Prefeitura está trabalhando direto aqui na região, inclusive nos fins de semana. O que está incomodando atualmente é a escuridão e a falta de calçamento”, afirmou a dona de casa Graça Cunha, de 62 anos, dos quais 56 residentes na comunidade, segundo ela mesmo antes do surgimento do aterro sanitário em cima de onde várias casas foram erguidas e depois arrastadas pelo deslizamento do mês de abril. De acordo com a dona de casa Nazareth Ferreira, de 55 anos, durante a madrugada a grande quantidade de lama desceu com a chuva e também entupiu um valão das proximidades.

Chuvas voltam a amedrontar niteroienses


A chegada de uma frente fria com pancadas de chuva, prevista para este final de semana, passou a ser sinal de alerta vermelho para as autoridades. Na terça-feira, um temporal deixou várias ruas alagadas em Niterói, além de indisponibilizar linhas telefônicas em vários bairros e tirar do ar os sinais de trânsito no Largo da Batalha.
Da madrugada até às 18h de ontem, a Defesa Civil de Niterói atendeu a seis chamados, sem gravidade ou vítimas. Foram registrados deslizamentos de terra na Engenhoca e no Sapê, e um deslizamento de entulho de obra em Charitas. Além disto, um galho de árvore caiu sob o telhado de uma casa em Itaipu, e não causou dano físico ou estrutural. Outros atendimentos não estavam relacionado às chuvas (um alagamento em um apartamento na Rua da Conceição, no Centro, e um andaime apresentando risco na Rua Mariz e Barros, em Icaraí). Não houve chamados no Morro do Bumba ou Morro do Céu.
A Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) coletou cerca de 200 toneladas de lama a mais do que normalmente são recolhidas (cerca de 600 toneladas). A operação de limpeza começou imediatamente após a chuva com 100% do seu efetivo nas ruas.Além de ruas alagadas, os transtornos foram grandes em outros pontos da cidade. No Engenho do Mato, Região Oceânica, por exemplo, o serviço de telefonia fixa e móvel ficaram interrompidos por quase toda a manhã de ontem. No largo da Batalha, a pane aconteceu nos sinais de algumas ruas, que ainda durante a noite de terça-feira, já haviam parado de funcionar.A Niterói, Transporte e Trânsito (NitTrans) informou que a causa da pane nos sinais luminosos do trânsito nas ruas do Largo da Batalha, foi por conta da interrupção no fornecimento de energia elétrica ocorrido na madrugada. A tensão da retomada do abastecimento também teria acarretado danos aos equipamentos, o que tornou necessária, a troca de máquina controladora no semáforo situado em frente a um supermercado das vias prejudicadas. Segundo a Nit Trans, os sinais fora estabilizados logo após a retomada de energia. Apenas o semáforo situado em frente à loja dos Correios permaneceu sem funcionamento devido a um curto circuito, que será reparado ainda nesta quinta-feira. A Prefeitura informou que agentes de trânsito foram acionados ao local para estabelecer o controle no trânsito e auxiliar os motoristas.

Mudança no clima

Segundo os dados do Climatempo, as previsões de tempo para este fim de semana prolongado de mais um feriado, não são as melhores. Nas regiões de Niterói, Maricá e São Gonçalo, a média registrada para as temperaturas deve oscilar entre 35º da máxima durante o dia e 17º à noite, sem previsões de chuva até o sábado. Já no domingo, novas quedas: o dia será de sol encoberto de nuvens, com pancadas de chuvas já no período da tarde e noite. No feriado de segunda-feira, o tempo deve amanhecer fechado com chuvas durante todo o dia. As médias podem variar entre 25° e 20° graus Celsius.

Texto: Augusto Aguiar / Luana Souza (A Tribuna)

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