quarta-feira, 19 de setembro de 2012

SEFAZ FARÁ PESQUISA PARA DETERMINAR MARGEM DE VALOR PARA COSMÉTICOS‏

A Secretaria de Estado de Fazenda anunciou, nesta terça (18), a realização de uma pesquisa detalhada para avaliar o mercado interno e as consequências decorrentes da mudança da Margem de Valor Agregado para as operações com produtos cosméticos e de perfumaria e artigos de higiene pessoal no estado do Rio. Até então, apenas uma pesquisa desenvolvida para o mercado paulista estava sendo considerada para determinar a nova MVA do setor fluminense. A sugestão para a consulta partiu da Comissão de Tributação, Controle da Arrecadação Estadual e Fiscalização dos Tributos Estaduais da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro, presidida pelo deputado Luiz Paulo (PSDB), que está discutindo a substituição tributária em uma séries de audiências.

Luiz Paulo, no entanto, não acredita que a pesquisa fique pronta até 1º de novembro, data proposta pela Sefaz para a entrada em vigor da MVA. “O Tribunal de Justiça já decidiu que a margem funciona como imposto e, por isso, estaria sujeita ao princípio da anterioridade, ou seja, só poderia entrar em vigor em 1º de janeiro de 2013. Outro ponto importante é que, antes de tudo, deveria haver um estudo para a comparação entre as margens definidas por São Paulo e as do Rio. Só que não há tempo hábil para realizarmos uma consulta dessas até novembro. O pleito dos consumidores e distribuidores é para que, somente em 1º de março de 2013, essa mudança ocorra”, defendeu o parlamentar.

“Estamos em acordo com institutos e associações de distribuidores no sentido de desenvolvermos, nos próximos meses, diversas pesquisas específicas para o estado do Rio, inclusive no setor de estética e cosméticos. Esperamos que isso aconteça ainda em 2012”, anunciou o subsecretário de Receita da Sefaz, Luiz Henrique Casemiro. A obrigação para uma nova adaptação tributária surgiu em atendimento à Lei, que dispõe que as MVAs serão encaminhadas pela secretaria, antes da entrada em vigor das mesmas, às entidades representativas dos setores relevantes, bem como à Comissão de Tributação da Alerj.

A diretora jurídica da Federação das Indústrias, Chery Berno, falou sobre a possibilidade de que a nova tributação se inicie em 2013. “Se ainda estamos no estágio de pesquisa, como pôr a inclusão tributária em vigor em 1º de novembro ?”, questionou. “No Rio e em São Paulo, temos mercados diferentes. Essa pesquisa paulista tem peculiaridades e benefícios fiscais próprios. No Rio, temos uma alíquota de ICMS mais alta. Enquanto eles praticam 12%, partimos de 19%. Precisamos de uma pesquisa que reflita a realidade do nosso estado”, completou Chery, que advertiu: “Se a data de 1º de novembro for mantida, será prejudicial para a indústria, o comércio, os atacadistas, os distribuidores e toda a sociedade”.

Também participaram da audiência representantes do Sindicato do Comércio Varejista de Nilópolis, da Associação de Atacadistas e Distribuidores do Rio, do Sindicato dos Institutos de Beleza do Estado do Rio, do Sindicato do Comércio Varejista de São Gonçalo e da Federação do Comércio do Rio.

Entenda o caso

O presidente da Comissão de Tributação da Alerj, deputado Luiz Paulo (PSDB), explicou a substituição tributária e a MVA:

“A substituição tributária é um instrumento que a Fazenda utiliza para cobrar o imposto antecipado. Por exemplo, o comerciante compra de uma indústria 100 latas de cerveja. Na hora que ele compra e põe no estoque, independente de por quanto ele vai vender, a Sefaz, com a Margem de Valor Agregado, fixa o preço do produto que será vendido em relação ao preço a que ele foi comprado.

“Então, imaginemos que o comerciante comprou da indústria uma lata de cerveja por R$ 1 e que a MVA seja de 100%. Com isso, a Fazenda está dizendo para ele o seguinte: você vai pagar um imposto sobre o valor da venda, que será de R$ 2. E como a Secretaria de Fazenda faz: R$ 2, com a alíquota de ICMS a 12%, resulta em uma cobrança de R$ 0,24.

“Com isso, independente de o comerciante vender por R$ 2,00, por R$ 1,90 ou por R$ 2,10, ele, antes de comercializar, já sabe que terá de pagar R$ 0,24 por cada latinha”.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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