sexta-feira, 26 de outubro de 2012

RELATOR DE CPI DIZ QUE CONVÊNIOS FIRMADOS POR UNIVERSIDADE SÃO ILEGAIS‏

A realização de convênios entre a Universidade Candido Mendes e outras entidades é ilegal, pois a UCM, como uma instituição filantrópica, não pode ter relações de negócios com sociedades anônimas. Quem deu a informação foi o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que investiga denúncias contra as universidades particulares, deputado Robson Leite (PT). Nesta quinta (25), o pró-reitor da UCM, Alexandre Gazé, deu depoimento à CPI, presidida pela deputado Paulo Ramos (PDT). Gazé justificou as demissões de funcionários como uma forma de a universidade manter a tradição de qualidade de ensino e falou sobre os convênios: “Dessa maneira, é possível levar o ensino superior às comunidades mais carentes”.

“Muitos alunos desses lugares não têm condições de pagar a mensalidade, e os convênios servem para reduzir o valor da taxa”, continuou o pró-reitor. O diretor-presidente da UCM, Candido Mendes, não compareceu à reunião da CPI, mas enviou um ofício ao presidente da comissão, em que constavam algumas declarações que não foram confirmadas por Gazé nesta quinta – dentre elas, a que a instituição está ciente do atraso no pagamento de salários aos funcionários e da não obediência aos direitos trabalhistas. De acordo com o pró-reitor, “não há reclamações de problemas por parte nem dos professores e nem dos alunos”.

Uma das instituições que celebrou convênios com a UCM, a AVM Faculdades Integradas, antigo Instituto A Voz do Mestre, mandou representante para a reunião. Diretor da AVM, Fernando Ayres reforçou o que já havia sido dito por Gazé: “Esse tipo de convênio é permitido porque gera recursos para a UCM, que está arrecadando e não doando dinheiro”. O deputado Paulo Ramos discordou e afirmou que esses convênios estão sendo feitos de maneira incorreta. “As irregularidades acontecem e existe uma cumplicidade generalizada ou uma omissão por parte dos responsáveis por fiscalizar essas entidades. Estamos apurando”, concluiu o pedetista.

Para esclarecer essas questões, a CPI irá convocar novamente o diretor-presidente e o pró-reitor da Universidade Candido Mendes. “Alguém está faltando com a verdade nessa história. Chamaremos os dois representantes da UCM novamente para deixar tudo claro de uma vez por todas, pois há outras demandas a que devemos nos atentar para a CPI avançar”, pontuou Robson Leite. A próxima etapa da comissão é apurar como estão sendo feitos os convênios com instituições do interior do estado. Uma nova reunião está prevista para ocorrer no dia 8 de novembro.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

Nenhum comentário:

Postar um comentário