terça-feira, 7 de maio de 2013

DEPUTADA SUGERE CRIAÇÃO DE CÂMARA TÉCNICA PARA O TRATAMENTO DO LIXO‏

A criação de uma câmara técnica para o estudo de novas tecnologias para o tratamento do lixo foi defendida, durante audiência nesta terça (07), pela presidente da Comissão de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, deputada Aspásia Camargo (PV). “O que precisamos é ter os melhores técnicos e pesquisadores nessa câmara para ajudar os prefeitos e administradores públicos a adotarem tecnologias mais modernas no tratamento do lixo. Ao invés de ter o mesmo sistema para todas as cidades, você pode ter subsistemas que envolvem comunidades que têm problemas”, afirmou. Durante o encontro, autoridades estaduais informaram que 95% dos resíduos sólidos já são destinados para aterros sanitários em todo o estado.

O subsecretário executivo do Ambiente, Luiz Firmino, comentou que esse resultado é fruto de parceria com oito consórcios municipais que custearam aterros como o de Vassouras e São Fidélis, já em fase final de implementação. Ele completou que, através de um investimento de R$ 168 milhões do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano, autoridades têm se reunido para desenvolver e pôr em prática políticas de encerramento dos lixões de forma sustentável. Firmino também destacou que está sendo elaborado um plano estadual para consolidar a política do Lixão Zero até 2014. “O plano irá consolidar os formatos de aterro, de centrais de tratamento que foram implantadas no estado, que já são cerca de 30 para atender os 92 municípios fluminenses”, pontuou.

A principal preocupação do poder público, explicou o assessor da Diretoria Técnica da Companhia Municipal de Limpeza Urbana, José Penido, refere-se ao tratamento do chorume, líquido que resulta da putrefação de matérias orgânicas, altamente poluente, que vem afetando o meio ambiente e sendo despejado in natura na Baía de Guanabara. “Gasta-se cerca de R$ 20 a R$ 40 por metro cúbico de chorume, e um grande aterro chega a produzir 3 mil metros cúbicos por dia. Os países desenvolvidos mandam o resíduo para Estações de Tratamento de Esgoto. O problema é que, no Brasil, há pouquíssimas ETEs. Aqui, no Rio, a principal é a de Alegria, no Caju, onde, finalmente, a Comlurb vai conseguir dispor esse chorume na estação de tratamento”, comemorou.

Apesar dos benefícios com a construção de aterros sanitários, o fim dos lixões traz a preocupação com o remanejamento dos catadores de lixo. Pensando nisso, programas de inclusão social, como o Coleta Seletiva Solidária e o Catadores em Redes Solidárias, receberam incentivos do Fecam de R$ 2 milhões e R$ 8 milhões, respectivamente, nos últimos quatro anos. Um dos beneficiados pela instalação dos aterros sanitários é Vanderson Sabino, membro de uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis. “O material é destinado às cooperativas para que gere renda e a gente consiga dar o destino correto para ele. Isso é feito através de Decreto Federal, que obriga os órgãos públicos e federais a destinarem os materiais recicláveis para as cooperativas de catadores”, explicou. Ele também disse acreditar que as cooperativas consigam sobreviver sem os lixões. “É uma educação, uma nova cultura que virá com a implantação da coleta seletiva”, finalizou.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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