A criação de uma
câmara técnica para o estudo de novas tecnologias para o tratamento
do lixo foi defendida, durante audiência nesta terça (07),
pela presidente da Comissão de Saneamento Ambiental da Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, deputada Aspásia Camargo (PV). “O que precisamos é ter os melhores técnicos e
pesquisadores nessa câmara para ajudar os prefeitos e
administradores públicos a adotarem tecnologias mais modernas no
tratamento do lixo. Ao invés de ter o mesmo sistema para todas as
cidades, você pode ter subsistemas que envolvem comunidades que têm
problemas”, afirmou. Durante o encontro, autoridades estaduais
informaram que 95% dos resíduos sólidos já são destinados para
aterros sanitários em todo o estado.
O subsecretário
executivo do Ambiente, Luiz Firmino, comentou que esse resultado é
fruto de parceria com oito consórcios municipais que custearam
aterros como o de Vassouras e São Fidélis, já em fase final de
implementação. Ele completou que, através de um investimento de R$
168 milhões do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e
Desenvolvimento Urbano, autoridades têm se reunido para
desenvolver e pôr em prática políticas de encerramento dos lixões
de forma sustentável. Firmino também destacou que está sendo
elaborado um plano estadual para consolidar a política do Lixão
Zero até 2014. “O plano irá consolidar os formatos de aterro, de
centrais de tratamento que foram implantadas no estado, que já são
cerca de 30 para atender os 92 municípios fluminenses”, pontuou.
A principal preocupação
do poder público, explicou o assessor da Diretoria Técnica da
Companhia Municipal de Limpeza Urbana, José Penido,
refere-se ao tratamento do chorume, líquido que resulta da
putrefação de matérias orgânicas, altamente poluente, que vem
afetando o meio ambiente e sendo despejado in natura na Baía
de Guanabara. “Gasta-se cerca de R$ 20 a R$ 40 por metro cúbico de
chorume, e um grande aterro chega a produzir 3 mil metros cúbicos
por dia. Os países desenvolvidos mandam o resíduo para Estações
de Tratamento de Esgoto. O problema é que, no Brasil, há
pouquíssimas ETEs. Aqui, no Rio, a principal é a de Alegria, no
Caju, onde, finalmente, a Comlurb vai conseguir dispor esse chorume
na estação de tratamento”, comemorou.
Apesar dos benefícios
com a construção de aterros sanitários, o fim dos lixões traz a
preocupação com o remanejamento dos catadores de lixo. Pensando
nisso, programas de inclusão social, como o Coleta Seletiva
Solidária e o Catadores em Redes Solidárias, receberam
incentivos do Fecam de R$ 2 milhões e R$ 8 milhões,
respectivamente, nos últimos quatro anos. Um dos beneficiados pela
instalação dos aterros sanitários é Vanderson Sabino, membro de
uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis. “O material
é destinado às cooperativas para que gere renda e a gente consiga
dar o destino correto para ele. Isso é feito através de Decreto Federal, que obriga os órgãos públicos e federais a
destinarem os materiais recicláveis para as cooperativas de
catadores”, explicou. Ele também disse acreditar que as
cooperativas consigam sobreviver sem os lixões. “É uma educação,
uma nova cultura que virá com a implantação da coleta seletiva”,
finalizou.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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