segunda-feira, 17 de junho de 2013

COMISSÃO DA ALERJ SUGERE CRIAÇÃO DE DELEGACIA DE HOMICÍDIOS EM CAMPOS‏

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, presidida pelo deputado Marcelo Freixo (PSol), irá propor, através de indicação legislativa, a criação de uma delegacia de homicídios no município de Campos dos Goytacazes, para a investigação dos crimes relacionados à disputa agrária na região. A proposta foi anunciada nesta segunda (17), durante audiência pública realizada na Câmara de Vereadores, para debater a violência no campo. “Queremos uma política de segurança em uma cidade que não é só de vida urbana. Temos aqui um histórico de conflitos no campo muito grande. Esse ano, tivemos dois brutais assassinatos por conta de problemas agrários, disputa de terra, venda de lotes e presença muito forte do latifúndio. Queremos a criação de uma delegacia de homicídios, que, certamente, vai ajudar nos conflitos”, anunciou Freixo.

Representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra também estiveram presentes no encontro e contaram um pouco da realidade violenta da região e as dificuldades dos moradores acampados. “Temos todo tipo de problema social, como a dificuldade de escola para as crianças, moradia, água potável, energia elétrica e acesso à alimentação básica. Esperamos que essa audiência traga o reconhecimento dessas famílias organizadas no processo de luta pela conquista da terra na região”, contou a representante do MST Marina dos Santos, que ainda lembrou das mortes por conflitos agrários. “Essa demora na concretização dos assentamentos tem nos levado a muitos conflitos. Exemplos disso são os assassinatos dos companheiros Cícero Guedes e Regina dos Santos Pinto. São muitas famílias nas áreas de acampamentos e que estão à mercê de politicas públicas que garantem o acesso à terra, à moradia e à segurança”, destacou.

Segundo o delegado Carlos Augusto Silva, responsável pela 146ª DP, as investigações dessas mortes, ocorridas no final do ano passado e no começo de 2013, estão em curso. Porém, com a intenção de não atrapalhar as investigações, Silva não deu muitos detalhes sobre os trabalhos, mas explicou as intenções da Polícia Civil local. “Não queremos só as prisões e, sim, a condenação dessas pessoas que estão cometendo esses bárbaros crimes. Queremos reunir muitas provas contra essas pessoas para que elas fiquem o mais tempo possível presas. Nossa intenção é minimizar e, possivelmente, acabar com esses conflitos em Campos dos Goytacazes”, explicou o delegado. 

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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