terça-feira, 25 de março de 2014

COMISSÃO QUER AUMENTO DE EFETIVO DE GRUPAMENTO DA PM‏

A Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro vai solicitar ao governador Sérgio Cabral (PMDB) o aumento do contingente do Grupamento de Policiamento Transportado em Ônibus Urbanos, da Polícia Militar. O anúncio foi feito pelo presidente do grupo, deputado Iranildo Campos (PSD), na manhã desta terça (25), durante audiência pública. “O Grupamento faz um trabalho preventivo importante, mas que não atende Niterói, São Gonçalo e Baixada Fluminense, por exemplo. Temos que levar isso ao conhecimento do governador e da PM, para que se crie uma ação destinada aos transportes nas unidades operacionais dentro dos municípios”, opinou.
O Grupamento, criado em dezembro do último ano, visa coibir a crescente violência no interior e em pontos de ônibus. Os 90 policiais que compõe o Gptou recebem treinamento específico para situações de risco nos coletivos, como tomada de refém, por exemplo. “Nós paramos os coletivos em local viável, muitas vezes fora do ponto, para revistar pessoas e bolsas. Um policial fica do lado de fora para garantir a segurança, enquanto outros dois fazem a inspeção. Em três meses de atuação, apreendemos 36 pessoas e três armas”, afirmou a tenente Emanuelle Teixeira, que comanda o Gptou do 2º Comando de Policiamento de Área.
A tenente contou que existe um projeto para expandir a área de atuação do Grupamento, que atualmente atende apenas o Centro do Rio e a Zona Oeste. “Seria um batalhão destinado exclusivamente a crimes em coletivos, que seria composto pelo Gptou do 1º e 2º CPA, Centro e Zona Oeste, respectivamente, além do Grupamento de Policiamento em Ferrovias, que atua nas estações e interior de trens. Tendo em vista o aumento desses crimes, acredito que em um mês já ocorra o aumento do efetivo”, frisou.
Presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro, José Carlos Sacramento, que solicitou a realização da audiência, afirmou que a situação é “insustentável”: “Recebo reclamações diárias de rodoviários que sofrem violência enquanto estão no volante. A falta de educação dos passageiros também é um grande problema”. O vice-presidente da entidade, Sebastião José da Silva, garantiu que o uso das tecnologias deve ser adotado com mais rigor. “As gravações feitas nos interiores dos veículos têm que ser utilizadas para esclarecer situações de agressões aos motoristas ou para culpá-lo em casos de descumprimento”, acrescentou.
O uso de tecnologia também foi defendido pelo diretor de Marketing e Comunicação da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Rio, Paulo Fraga. “As câmeras e o GPS são elementos que ajudam a inibir a violência. Outro aspecto que merece destaque é a utilização crescente do meio de pagamento RioCard. Não podemos deixar perder de vista as grandes tendências que estão ocorrendo nos processos de transformação da mobilidade urbana. Precisamos ter opções de mobilidade, e esse processo de transformação passa pelo uso do RioCard, que tem uma função social de absoluta importância”, ponderou Fraga, que informou que em algumas regiões do Rio a utilização do cartão é de 70% do total de passageiros. Na média geral, o número passa para 60%.
Além de assaltos, o desrespeito por parte dos passageiros foi destacado pelo motorista André Luiz da Silva Oliveira, que estava no comando do ônibus da linha 328 que caiu de um viaduto na Avenida Brasil, em abril de 2013. “Se um indivíduo agride um funcionário público, ele é preso na hora. Se fizer o mesmo como um rodoviário que está trabalhando, nada acontece. Algo precisa ser mudado. Eu fui agredido e sequer me lembro do que aconteceu. Saí de casa como trabalhador e voltei como bandido”, declarou. 
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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