quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DEPUTADOS DEFENDEM INTEGRAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE COMBATE ÀS DROGAS


As comissões de Segurança Pública e Assuntos de Polícia e de Assuntos da Criança, Adolescente e Idoso da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro vão estudar uma proposta de criação de um sistema integrado para o atendimento a dependentes químicos unindo diferentes órgãos públicos. Presidente da Comissão de Segurança, o deputado Zaqueu Teixeira (PT) declarou que os grupos pretendem também elaborar um projeto de lei buscando melhorar as informações sobre o atendimento a estes dependentes. A afirmação foi feita durante audiência pública realizada pelas comissões, nesta quarta (28), para discutir o problema do uso de crack no Estado.

“Vimos hoje que as informações são fragmentadas, pois cada órgão produz seus dados e não há uma comunicação entre eles. Vamos discutir uma proposta para organizar a produção de dados sobre o assunto, para que tenhamos estatísticas confiáveis e possamos produzir uma política consistente”, declarou Teixeira. Presidente da Comissão de Assuntos da Criança, a deputada Claise Maria Zito (PSDB) acredita que o trabalho integrado é fundamental para suprir as principais necessidades apontadas durante a reunião para o tratamento de dependentes de álcool e drogas no estado.

“O que temos para tratamento é precário e ainda há muito a ser feito nesta área. Temos políticas na assistência social do estado e dos municípios, na saúde e na educação, mas falta uma intersetorialidade entre todos os segmentos”, declarou. Superintendente de Proteção Básica Especial da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Leonardo Pecoraro falou sobre o crescimento dos equipamentos de assistência social e a necessidade da ampliação de equipamentos de saúde. “Em 2010, tínhamos 43 Centros de Referência. Aumentamos para 98 neste ano, mas o número de mecanismos de saúde não acompanhou este crescimento. Corremos o risco de ter um hiato, com a assistência atendendo sem ter para onde encaminhar”, declarou.

Diretor do Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas Centra Rio, Márcio Barbeito afirmou que é preciso aumentar o investimento nestes centros para melhorar o combate à dependência química no estado. Segundo Barbeito, o número de unidades deste tipo, que são específicas para o tratamento da dependência química, é muito baixo, levando-se em conta a crescente demanda por tratamento. O diretor deu como exemplo a situação de dependentes químicos da zona Oeste que precisam ir até Botafogo, na zona Sul, onde fica o CAPS-AD, para conseguir atendimento especializado.

“Hoje, o município do Rio tem apenas três CAPS-AD, com uma população de cerca de 6 milhões de pessoas, quando a política do Sistema Único de Saúde estabelece um centro como este para cada 200 mil habitantes”, revelou. Na audiência, estavam presentes ainda o deputado Paulo Ramos (PDT), o promotor Rodrigo Cesar, do Ministério Público Estadual, e a delegada Valéria Aragão, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, além de representantes do Conselho Municipal Antidrogas da capital e da Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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