quinta-feira, 19 de abril de 2012

SECRETÁRIO DEFENDE A VOLTA DOS BANDEJÕES NAS PENITENCIÁRIAS DO ESTADO

O secretário de Estado de Administração Penitenciária, César Rubens Monteiro de Carvalho, defendeu o retorno dos “grandes refeitórios, os famosos bandejões”, como forma de permitir maior controle no fornecimento de comida e diminuir o desperdício e a falta de higiene nas refeições oferecidas no sistema prisional. Carvalho foi ouvido, na terça-feira (18), em audiência pública da Comissão de Segurança Alimentar da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, presidida pela deputada Lucinha (PSDB). “Notamos, em vistoria, que a gramatura das quentinhas servidas no complexo penitenciário estava fora dos padrões do contrato de licitação, assinado em 2009. Este fato nos fez realizar este encontro e buscar esclarecimentos das autoridades”, alegou a parlamentar.

De acordo com a presidente da comissão, o fator mais alarmante percebido durante visita do colegiado ao Complexo de Gericinó, zona Oeste do Rio, em março, foi a disparidade existente nos pesos das quentinhas servidas. “Apesar de não sermos perfeitos, obtivemos grande evolução no sistema prisional do Estado do Rio de Janeiro nos últimos anos. Porém, necessitamos de mais modificações. No setor da alimentação prisional, defendo o retorno aos grandes refeitórios, os famosos bandejões, com os pratos preparados nas unidades”, reforçou o secretário. Sobre o peso das quentinha, Carvalho alegou que os contratos de licitação não continham em suas linhas o peso mínimo exigido, o que permitia desleixo das empresas fornecedoras.
“Após nossa chegada na Secretaria de Administração Penitenciária, conseguimos estabelecer parâmetros que possibilitaram grande evolução na qualidade do fornecimento dos alimentos. Definimos uma gramatura miníma de 640 gramas para as quentinhas e aumentamos a fiscalização. Atualmente, possuímos balanças que emitem etiquetas com peso, hora e data de envase da refeição dos presos”, explicou Carvalho. O representante do Executivo informou que “com uma economia de mais de R$ 1 milhão, conseguimos acrescer mais uma refeição aos detentos, que, no passado, deixavam de comer às 18h, ou seja, 12 horas antes da próxima refeição, algo nada saudável para qualquer ser humano”.

Outro fato questionado por Lucinha durante o debate foi a diferença encontrada nos contratos de licitação para o fornecimento de alimentos. “Após o recebimento dos contratos assinados pela Seap, fizemos um levantamento e verificamos uma grande disparidade no valor percentual das quentinhas, que, de R$ 5 em alguns contratos, salta para R$ 8 em outros”, indagou a deputada. O secretário explicou: “A diferença dos valores das quentinhas se dá devido aos diferentes setores prisionais cobertos pelas empresas licitantes. Alguns presídios, com setores hospitalares, exigem modelos de alimentação diferenciadas, o que acarreta um valor mais alto às refeições fornecidas”.

No final da audiência, Lucinha elogiou a evolução da Seap e falou sobre o papel da Comissão de Segurança Alimentar. “Reconheço as melhorias na secretaria e no sistema prisional do estado. Porém, não podemos deixar às escuras as falhas encontradas no fornecimento da alimentação dos presos, como os erros na gramação das quentinhas, fato grave e que descumpre os contratos de licitação assinados”, frisou. O deputado Waguinho (PRTB), membro efetivo do colegiado, fez coro: “Não podemos deixar de buscar soluções sólidas e pertinentes para os problemas encontrados”.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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