sexta-feira, 9 de novembro de 2012

PACTO EM FAVOR DOS PACIENTES DE DIABETES É FIRMADO EM EVENTO NA ALERJ‏


Em comemoração ao Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro), a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro realizou, nesta quinta (08), uma audiência pública para discutir a prevenção, as condições de acesso e o atendimento na rede pública para os pacientes que sofrem com o “pé diabético”. Membro do colegiado e responsável pelo encontro, o deputado Nilton Salomão (PT) fez questão de alertar para os problemas da doença e anunciou um Pacto Estadual pelo Diabético, envolvendo as secretarias municipais e de Estado de Saúde e os centros de Apoio ao Diabético. “Hoje, tiramos do encontro uma proposta objetiva, que é a criação desse pacto. Ele se sustenta no interesse do diabético, mas também no próprio interesse público. Isso porque 50% dos pacientes derivam para complicações, que elevam o custo do tratamento. Isso é um sinal que a prevenção e um cuidado prévio são fundamentais”, assegurou.

De acordo com a apresentação da médica Solange Travassos, da União das Associações de Diabéticos do Estado, existem cerca de 366 milhões de diabéticos no mundo. Desse total, 50% não sabem que possuem a doença. A faixa etária de maior frequência é entre 40 e 59 anos. Os países de baixa renda contam com 80% dos pacientes. Nos Estados Unidos, a diabetes é a sexta principal causa de morte. A doença é também a principal causa de insuficiência renal nos EUA e a terceira no Brasil. “É a mais difícil de se tratar no mundo. Podemos ter pacientes de mesmo perfil, mas com diferentes tratamentos. Cada caso é bem específico. Em 2003, no mundo todo, tivemos 3 milhões de mortes pela doença. Em 2011, esse número foi para 4,6 milhões. No Brasil, a cada 2 minutos uma pessoa desenvolve a diabetes”, comentou Solange.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, a diabetes é uma doença crônica que pode levar a outras doenças graves como: enfarte cardíaco, insuficiência renal (levando à hemodiálise), isquemia cerebral (“derrame”) e gangrena, com amputação da perna e/ou do pé.

Participando do evento, o diretor do Hospital Municipal Miguel Couto, Luiz Alexandre Essinger, contou, primeiramente, como funciona a estrutura da unidade. De acordo com a apresentação, o hospital conta com 436 leitos e 500 médicos. Em 2011, foram 13.413 internações, com 530 cirurgias por mês. Somente no pronto socorro, no mesmo ano, foram 455 atendimentos. Essinger informou que, no serviço vascular da Enfermaria, 84% dos pacientes têm “pé diabético”.

Saiba mais sobre o “pé diabético”

O termo “pé diabético” refere-se a uma série de alterações que ocorrem nos pés de pessoas acometidas pelo diabetes, que se constituem em neuropatia diabética, problemas circulatórios, infecção e menor circulação sanguínea no local. As lesões geralmente apresentam contaminação por bactérias e, como o diabetes provoca uma retardação na cicatrização, ocorre o risco do pé ser amputado. O “pé diabético” ocorre pela ação destrutiva do excesso de glicose no sangue. Em nível vascular, causa endurecimento das paredes dos vasos, além de sua oclusão, o que faz a circulação diminuir, provocando isquemia e trombose.

Ainda participaram do evento Cláudia Ramos, da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio, e o presidente da SBACV-RJ, Carlos Eduardo Virgini, que desenhou o perfil do paciente com “pé diabético”. “Vinte e sete por cento desses pacientes não possuem acompanhamento médico, 61% já foram atendidos pela lesão e 24% já estiveram internados por esse motivo”, enumerou.


Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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