quinta-feira, 1 de novembro de 2012

TEMPORÁRIOS DA SECRETARIA DE TRABALHO SERÃO CONTRATADOS POR OS

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de janeiro aprovou nesta quarta (31), em discussão única, o projeto de lei, em que o Governo do estado pede à Casa autorização para qualificar como Organizações Sociais pessoas jurídicas de direito privado e sem fins econômicos que atuem na geração de emprego. A classificação permitirá ao Governo a celebração de parcerias, através de contrato de gestão, com entidades para a “execução de atividades na área de geração de emprego e renda”. A intenção é repassar para a organização os cerca de 580 profissionais em contrato temporário através de convênio com o Programa do Sistema Nacional de Trabalho e Emprego, hoje sob risco de demissão causado pelo fim de contrato, que expira em novembro. O líder do Governo na Casa, deputado André Corrêa (PSD) salientou os benefícios para estes trabalhadores que a mudança acarreta. “Eles passarão a ter direitos trabalhistas que enquanto temporários não têm, como o pagamento das férias e o seguro desemprego”, citou, lembrando que entre as emendas aprovadas pela Casa está a que dá aos profissionais com experiência pontuação extra em possível processo de contratação pela OS.

Presente à votação, o secretário de Estado de Trabalho e Renda, Paulo Novaes, classificou a proposta como “solução ideal”. Segundo ele, os empregos dos profissionais que trabalham nos 64 postos do Sine espalhados pelo estado está em risco após sucessivas renovações de contrato. Além dos direitos trabalhistas, ele citou segurança jurídica e a possibilidade de qualificação, prevista no texto, como avanços. “Passará a haver, ainda, uma série de critérios técnicos, metas de atendimento, que hoje não existem, melhorando o serviço”, aposta ele. O atendimento de metas e a atenção à regionalização, garantindo que os profissionais possam ser destacados para postos próximos a suas casas, são definidos pelo projeto do Governo. Assim, espera o secretario, o atendimento dos postos, que oferecem serviços como emissão de carteira de trabalho e oferta de microcrédito, se tornará mais eficaz com a gestão das OS, que serão escolhidas mediante processo licitatório.

A proposta havia recebido 120 emendas, das quais 35 foram aprovadas, transformando o texto do Poder Executivo em um substitutivo da Comissão de Constituição e Justiça. A proposta segue para sanção do governador com alterações que definem a parceria e criam limitações adicionais para as OSs, como a proibição de nomeação de cônjuges e parentes do governador, vice, secretários, deputados e demais representantes a membros do conselho administrativo e a limitação da remuneração do diretor da OS ao teto estabelecido pela constituição, que é o salário do Governador. Emendas também proibiram a celebração de contrato com empresa com passivo trabalhista. As organizações também não poderão firmar contrato com empresas ou instituições das quais façam parte seus dirigentes ou sócios ou ter participação em campanha de interesse político-partidário ou eleitoral.

A garantia da transparência na prestação desse serviço também foi tema de diversas emendas, entre as quais a que obriga a publicação de síntese do relatório de gestão e do balanço da organização no Diário Oficial e no site do Governo e da OS. Emendas também garantiram o envio, em no máximo 30 dias, do contrato de gestão à Alerj e ao Tribunal de Contas. E o edital com a seleção da entidade também deverá ser publicado no D.O. Ainda nesse sentido, emenda determinou que a secretaria competente manterá cadastro das organizações sociais, garantindo a publicidade dos dados. O Parlamento também alterou trechos sobre a comissão de avaliação a ser nomeada para acompanhamento dos resultados e metas alcançados pela OS. O relatório produzido pelo grupo deverá ser enviado à Alerj, além de ser disponibilizado na Internet, no site da organização e da secretaria de Trabalho.

Segundo explica o governador Sérgio Cabral na mensagem que acompanha a proposta, a medida busca contornar problemas enfrentados pelo Estado na contratação de temporários. “É que além de diversos questionamentos do Ministério Público quanto ao processo de seleção pública simplificada para a contratação do pessoal, há uma manifesta insatisfação dos contratados temporários, que reclamam por direitos que não lhes são assegurados pela legislação estadual que regulamenta a contratação temporária”, argumenta Cabral. “A presente proposta legislativa tem como escopo dar maior eficiência aos serviços prestados à população relacionados à execução de atividades que envolvem o Programa do Sistema Nacional de Trabalho e Emprego”, diz. O governador terá 15 dias úteis para sancionar ou vetar seu texto.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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