quarta-feira, 27 de março de 2013

Cinema na Câmara volta com história sobre luta armada

A Câmara de Vereadores retoma, hoje, 27 de março, o Projeto Espaço Cinema, com a exibição do filme “Hércules 56”, do diretor Sílvio Da-Rin, que trata da luta armada contra o regime militar. O Espaço Cinema terá um filme diferente toda última quarta-feira do mês, sempre com temas voltados para a história política, cultural e outras questões do cotidiano brasileiro. Antes da exibição o professor e historiador Salvador Matta e Silva faz um breve relato e resumo sobre o momento político vivido pelo país dentro do contexto do filme. A exibição do filme acontece às 18 horas, no Auditório Cláudio Moacyr, que fica no segundo andar do prédio da Câmara. A entrada é gratuita e 49 senhas são distribuídas, às 17h30, meia hora antes do início.

“O Espaço Cinema é mais um projeto para aproximar a população do Legislativo e que deu muito certo. Iniciativas como essa, ao lado do Programa Escola de Democracia, das sessões transmitidas ao vivo pela Internet e as audiências públicas, vão de encontro ao que desejamos: a participação cada vez maior da sociedade na vida do parlamento municipal”, diz o presidente Paulo Bagueira.

Luta armada

O documentário reavalia a luta no Brasil a partir do sequestro do embaixador americano, Charles Burke Elbrick, em 1969. Após a captura do diplomata, ocorrida na semana da Independência, foi exigida a divulgação de um manifesto revolucionário e a libertação de 15 presos políticos, representantes, à época, de todas as tendências de esquerda que combatiam a ditadura. Banidos do território nacional e com a nacionalidade cassada, eles foram conduzidos ao México num avião da Força Aérea Brasileira tipo Hércules, de prefixo 56.

Agonalto Pacheco, Flávio Tavares, José Dirceu, José Ibrahin, Maria Augusta Carneiro Ribeiro, Mario Zanconato, Ricardo Vilas, Ricardo Zarattini e Vladimir Palmeira são os personagens principais do filme ainda remanescentes daquele grupo. Os que já morreram estão presentes através de materiais de arquivo, como Luís Travassos, Onofre Pinto, Rolando Frati, João Leonardo Rocha, Ivens Marchetti e Gregório Bezerra. Em entrevistas individuais, eles relatam as condições de atuação política no final dos anos 1960, a prisão, a libertação, a curta permanência no México e o período vivido em Cuba, terminando por avaliar a experiência da “resistência” no Brasil.

Para rememorar os objetivos e detalhes do sequestro, o seu contexto e a repercussão sobre o processo político nacional, o filme promove a reunião de Cláudio Torres, Daniel Aarão Reis e Franklin Martins, dirigentes da Dissidência da Guanabara, que idealizou a ação e passou então a adotar a sigla MR-8; e Manoel Cyrillo e Paulo de Tarso Venceslau, os dois únicos remanescentes da Ação Libertadora Nacional, que realizou conjuntamente a operação.

Uma terceira linha narrativa é constituída por extenso material audiovisual de época, em grande parte inédito no Brasil, pesquisado em países como Estados Unidos, Cuba, França e México.

Ascom CMN
Edição: Camilo Borges

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