sexta-feira, 24 de maio de 2013

BOMBEIROS CIVIS DENUNCIAM PAGAMENTOS ABAIXO DO PISO SALARIAL REGIONAL‏

Não cumprimento do piso salarial regional, não pagamento de horas extras e a falta de representatividade do sindicato nas discussões com o setor patronal. Estas foram algumas das queixas apresentadas por bombeiros profissionais civis à Comissão de Trabalho, Legislação e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, durante audiência pública nesta quinta-feira (23). Presidente da comissão, o deputado Paulo Ramos (PDT) disse que há uma confusão em relação à lei federal que vinha sendo usada pelas empresas para o não cumprimento das obrigações trabalhistas. A Lei federal, chamada de Lei do Bombeiro Civil, trata, na verdade, da profissão de brigadista de incêndio, que tem outro treinamento e funções.

“Recebemos os bombeiros profissionais civis e a representante do Sindicato dos Brigadistas Voluntários, com a intenção de esclarecer as diferenças entre as duas profissões”, pontuou Ramos. O deputado Dionísio Lins (PP), vice-presidente da comissão, acredita que se faz necessária uma nova legislação que trate exclusivamente do ofício de Bombeiro Profissional Civil, no que diz respeito a treinamento, funções e piso salarial. “Acho que essa audiência avançou a discussão e ainda vai avançar mais. É uma função muito importante para a população cujos profissionais não têm recebido seus direitos trabalhistas como deveriam”, acrescentou o parlamentar. O piso regional do estado estabelece que nenhum trabalhador pode receber um salário menor que R$ 918,25. De acordo com os profissionais, porém, o valor pago hoje à categoria é de R$ 836,34.

A confusão fica por conta da mudança de nomenclatura da função, que, ao ser regulamentada em 2009, passou de brigadista para bombeiro civil. Representante da Associação dos Bombeiros Profissionais Civis, Paulo Roberto Pantaleão explicou que os primeiros não têm treinamento em primeiros socorros e não são registrados pelo Corpo de Bombeiros Militares do estado. “Além disso, o sindicato da nossa categoria não tem legitimidade para nos representar”, afirmou Pantaleão. A procuradora Cynthia Lopes, do Ministério Público Federal do Trabalho, disse que o órgão já investiga algumas das denúncias apresentadas na reunião. “Esta audiência foi importante para entender as diferenças entre as categorias”, frisou.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

Nenhum comentário:

Postar um comentário