sexta-feira, 10 de maio de 2013

CAIXA COBRARÁ EXPLICAÇÕES DE CONSTRUTORAS DO MINHA CASA, MINHA VIDA‏

A Caixa Econômica Federal deu um prazo de até 60 dias para que as construtoras responsáveis pelos empreendimentos do programa “Minha Casa Minha Vida” respondam sobre problemas denunciados pelos moradores durante audiência pública realizada pela Comissão de Política Urbana, Habitação e Assuntos Fundiários da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, nesta quinta (09). Presidente do colegiado, o deputado Nilton Salomão (PT) solicitou os documentos que comprovem o pedido da Caixa junto às construtoras, além de fotos tiradas pelos moradores que ilustrem os fatos denunciados. “Vamos acompanhar esse processo de respostas das empresas à CEF e vamos pensar de que forma o Legislativo pode atuar a fim de garantir que a execução das próximas obras seja feita com qualidade, na parte da infraestrutura e na social”, ponderou Salomão.
O programa do Governo federal, executado em parceria com estados, municípios, empresas e entidades sem fins lucrativos com vistas à construção de moradias, foi a solução encontrada no estado do Rio para atender pessoas desabrigadas por conta de fortes chuvas e reassentados de áreas onde a desapropriação foi necessária para as obras da Copa do Mundo de 2014. “Demos um prazo para saber quais são as justificativas e, principalmente, quais serão as soluções dadas pelas empresas. Caso as empresas não resolvam, essas serão incluídas no cadastro de restrições da Caixa, o que impedirá que façam novas obras dentro do programa”, explicou a superintendente do banco Solange Duarte, que disse ainda que a entidade possui um relatório elaborado a partir de visitas técnicas feitas nas moradias.

“Nós convivemos diariamente com os apartamentos do primeiro andar, que são os destinados a idosos e pessoas com deficiência, que alagam quando chove; além de rachaduras, telhas soltas, vazamentos, terrenos afundados, afundamento do asfalto e falta de equipamentos contra incêndio. Também estamos carentes de infraestrutura como transporte público, escolas e postos de saúde”, reclamou Sandro Alves, representante dos condomínios Varese, Trento e Livorno, situados em Santa Cruz, zona Oeste do Rio. Sandro disse que as reclamações são feitas diariamente às construtoras, que alegam não ter mais responsabilidade em relação aos danos uma vez que o prazo de garantia já expirou.

Caso Morro do Bumba

O secretário de Habitação da Prefeitura de Niterói, Marcos Linhares, esteve na audiência e explicou que hoje seis famílias oriundas do Morro do Bumba, onde em 2010 mais de 40 moradores morreram soterrados após fortes chuvas, ainda vivem no antigo 3º Batalhão de Infantaria, em São Gonçalo, região Metropolitana do estado, junto com outras 83 famílias vítimas de chuvas no município de Niterói. “Assim que a Caixa liberar todas as condições de segurança, essas famílias serão realocadas para o Conjunto Habitacional Zilda Arns I. Hoje nós temos cinco mil famílias recebendo o aluguel social e até 2016 serão construídas cinco mil unidades habitacionais para realocar essas pessoas”, garantiu. Em março deste ano, os blocos 3 e 5 do conjunto foram demolidos por apresentarem graves problemas de estrutura. Os blocos serão reconstruídos, porém nem a construtura nem a Caixa determinaram os prazos para a retomada das obras. 

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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