terça-feira, 14 de maio de 2013

Câmara de Niterói abre exposição sobre Brasil -Colônia‏

A abertura da exposição “Visão Prospectiva do Museu Histórico da Villa Real da Praia Grande e da Imperial Cidade de Niterói”, inaugurada pelo presidente da Câmara, vereador Paulo Bagueira (PPS), no Salão Nobre do Legislativo, nesta segunda-feira (13), serviu para que a classe política, os empresários, historiadores e segmentos ligados a cultura iniciassem uma mobilização para a reconstrução do Palacete de Dom João VI. O prédio histórico, que ficava localizado no Largo de São Domingos e que por tantas vezes acolheu a Família Imperial, foi demolido após a Proclamação da República, como que “para apagar a memória do Brasil Império”. 


A exposição, organizada pelo Círculo Monárquico Dom Pedro II de Niterói em parceria com a Câmara, reúne imagens do Brasil-Colônia, suas igrejas e cidades históricas, moedas antigas, maquetes de caravelas, mapas, brasões, a evolução do transporte ferroviário e documentos históricos que ficam em exibição até 28 de junho, de 10 às 17 horas, no Salão Nobre, no terceiro andar da Casa. Mas, entre tantas preciosidades, a grande vedete mesmo é a maquete do Palacete, produzida em pesquisa iconográfica feita pelos alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense.
“Estamos partindo para a 22ª geração de portugueses no Brasil. Começamos nossa segunda etapa para o resgate da memória do Brasil-Império, a primeira foi a sanção da lei. Com a reconstrução do Palacete de Dom João ali será a sede do Museu Histórico da Vila Real da Praia Grande em Niterói. Fui a Portugal para obter o mapa original da Vila e a escritura de doação estava sumida. Só encontramos na sessão de manuscritos da Biblioteca Nacional, é um documento que sequer foi transcrito”, conta o presidente do Círculo Monárquico, professor Francisco Tomasco de Albuquerque.

LEI DE 2012 MANDA RECONSTRUIR

A Lei 6.215, de abril de 2012, de autoria do deputado estadual Comte Bittencourt (PPS), sancionada e publicada pelo governador Sérgio Cabral, determina a reconstrução do Palacete de Dom João VI em local próximo ao que foi demolido. “Pela lei que aprovamos o Museu da Vila Real vai abrigar objetos, fotografias, filmes, documentos e outros elementos da Vila Real. Também está previsto em lei que, até a construção definitiva, o material ficará em instalações provisórias de um próprio estadual. O espaço também vai abrigar o Instituto Histórico e Geográfico de Niterói, parceiro nessa empreitada”, revela Comte Bittencourt, um dos presentes ao evento.

Para o presidente da Câmara a iniciativa tem todo apoio do Legislativo. “Vamos levar a ideia ao conjunto dos vereadores, acionar nosso diretor Cultural, Sohail Saud, e o chefe do Arquivo de Documentação, Rubens Carrilho, para que a coisa comece a fluir. Aqui mesmo onde funcionava o antigo restaurante da Casa pensamos em organizar um museu histórico da Câmara, que pode até funcionar conjuntamente com o Museu da Vila Real. As nossas autoridades executivas ligadas à Cultura também estão sendo chamadas a contribuir”, diz Bagueira.

Além dos já citados também estiveram presentes o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Waldemar Zveiter; o superintendente de Artes de São Gonçalo, De Luna Freire; o historiador Salvador Mata e Silva; o presidente do Grupo Mônaco de Cultura; diretores de escolas; jornalistas; e demais convidados. Diversas personalidades receberam a Medalha do Círculo Monárquico e Certificados de Colaborador Emérito.

DOM JOÃO E O PALACETE

Em dezembro de 1815, três dias após elevar o Brasil à categoria de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, o então príncipe-regente Dom João VI, tendo ao seu lado toda a Família Real, desembarcava, pela primeira vez, em terras niteroienses e após as manobras militares todos seguem para a residência do Capitão Thomaz Soares de Andrade, no Largo de São Domingos. A casa foi oferecida para descanso de Dom João e sua família, que ali ficaram por dois dias, só retornando à Corte, no Rio de Janeiro, em 22 de dezembro. Depois da primeira visita, Dom João só retornaria à Praia Grande em março de 1816, após a morte da rainha Maria I. Em maio do mesmo ano Dom João volta para comemorar seu aniversário, em 13 de maio. “A última vez em que Dom João visitou a cidade foi acontecer três anos mais tarde. Recebido com grande festa, pernoita em seu palacete, depois de passar pela Igreja de São Domingos. No dia seguinte a comitiva cruza a Estrada de Inoã e passa o dia em Maricá antes de retornar ao Rio”, revela o professor Tomasco.
 
Ascom CMN
Edição: Camilo Borges

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