A abertura
da exposição “Visão
Prospectiva do Museu Histórico da Villa Real da Praia Grande e da Imperial
Cidade de Niterói”, inaugurada pelo presidente da Câmara, vereador Paulo
Bagueira (PPS), no Salão Nobre do Legislativo, nesta segunda-feira (13),
serviu para que a classe política, os empresários, historiadores e segmentos
ligados a cultura iniciassem uma mobilização para a reconstrução do Palacete de
Dom João VI. O prédio histórico, que ficava localizado no Largo de São Domingos
e que por tantas vezes acolheu a Família Imperial, foi demolido após a
Proclamação da República, como que “para apagar a memória do Brasil Império”.
A
exposição, organizada pelo Círculo Monárquico Dom Pedro II de Niterói em
parceria com a Câmara, reúne imagens do Brasil-Colônia, suas igrejas e cidades
históricas, moedas antigas, maquetes de caravelas, mapas, brasões, a evolução
do transporte ferroviário e documentos históricos que ficam em exibição até 28
de junho, de 10 às 17 horas, no Salão Nobre, no terceiro andar da Casa. Mas,
entre tantas preciosidades, a grande vedete mesmo é a maquete do Palacete,
produzida em pesquisa iconográfica feita pelos alunos do curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal Fluminense.
“Estamos
partindo para a 22ª geração de portugueses no Brasil. Começamos nossa segunda
etapa para o resgate da memória do Brasil-Império, a primeira foi a sanção da
lei. Com a reconstrução do Palacete de Dom João ali será a sede do Museu
Histórico da Vila Real da Praia Grande em Niterói. Fui a Portugal para obter o
mapa original da Vila e a escritura de doação estava sumida. Só encontramos na
sessão de manuscritos da Biblioteca Nacional, é um documento que sequer foi
transcrito”, conta o presidente do Círculo Monárquico, professor Francisco
Tomasco de Albuquerque.
LEI DE 2012 MANDA RECONSTRUIR
A Lei 6.215, de abril de 2012, de autoria do deputado estadual
Comte Bittencourt (PPS), sancionada e publicada pelo governador Sérgio Cabral,
determina a reconstrução do Palacete de Dom João VI em local próximo ao que foi
demolido. “Pela lei que aprovamos o Museu da Vila Real vai abrigar objetos,
fotografias, filmes, documentos e outros elementos da Vila Real. Também está
previsto em lei que, até a construção definitiva, o material ficará em
instalações provisórias de um próprio estadual. O espaço também vai abrigar o
Instituto Histórico e Geográfico de Niterói, parceiro nessa empreitada”, revela
Comte Bittencourt, um dos presentes ao evento.
Para o presidente da Câmara a iniciativa tem todo apoio do
Legislativo. “Vamos levar a ideia ao conjunto dos vereadores, acionar nosso
diretor Cultural, Sohail Saud, e o chefe do Arquivo de Documentação, Rubens
Carrilho, para que a coisa comece a fluir. Aqui mesmo onde funcionava o antigo
restaurante da Casa pensamos em organizar um museu histórico da Câmara, que
pode até funcionar conjuntamente com o Museu da Vila Real. As nossas
autoridades executivas ligadas à Cultura também estão sendo chamadas a
contribuir”, diz Bagueira.
Além dos já citados também estiveram presentes o ministro do
Superior Tribunal de Justiça, Waldemar Zveiter; o superintendente de Artes de
São Gonçalo, De Luna Freire; o historiador Salvador Mata e Silva; o presidente
do Grupo Mônaco de Cultura; diretores de escolas; jornalistas; e demais
convidados. Diversas personalidades receberam a Medalha do Círculo Monárquico e
Certificados de Colaborador Emérito.
DOM JOÃO E O PALACETE
Em dezembro de 1815, três dias após elevar o Brasil à categoria
de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, o então príncipe-regente Dom
João VI, tendo ao seu lado toda a Família Real, desembarcava, pela primeira
vez, em terras niteroienses e após as manobras militares todos seguem para a
residência do Capitão Thomaz Soares de Andrade, no Largo de São Domingos. A
casa foi oferecida para descanso de Dom João e sua família, que ali ficaram por
dois dias, só retornando à Corte, no Rio de Janeiro, em 22 de dezembro. Depois da primeira visita, Dom João só retornaria à Praia
Grande em março de 1816, após a morte da rainha Maria I. Em maio do mesmo ano
Dom João volta para comemorar seu aniversário, em 13 de maio. “A última vez em
que Dom João visitou a cidade foi acontecer três anos mais tarde. Recebido com
grande festa, pernoita em seu palacete, depois de passar pela Igreja de São
Domingos. No dia seguinte a comitiva cruza a Estrada de Inoã e passa o dia em
Maricá antes de retornar ao Rio”, revela o professor Tomasco.
Ascom CMN
Edição: Camilo Borges
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