quinta-feira, 8 de agosto de 2013

TEATRO DO OPRIMIDO RECORRE À COMISSÃO DE CULTURA PARA REABRIR‏

Criado em 1986, o Centro de Teatro do Oprimido está fechado desde fevereiro. Sem o alvará de prevenção e proteção contra incêndio e com uma dívida de R$ 70 mil com o governo estadual, o Teatro do Oprimido recorreu à Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa para voltar a funcionar. Presidente do colegiado, o deputado Robson Leite (PT) visitou o local na manhã desta quinta (08) para discutir o perdão do débito e uma forma para obtenção do aval do Corpo de Bombeiros para reabrir as portas.

O Teatro do Oprimido alega não conseguir captar os R$ 10 mil necessários para a elaboração de um projeto para segurança e prevenção contra incêndios. Já a dívida se refere a aluguéis atrasados, do período em que foi cedido ao Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro. De acordo com o presidente da Comissão de Cultura, será necessário pressionar o governo e o Corpo de Bombeiros, além de fazer com que o poder público aplique recursos ali. "Os métodos pedagógicos implantados no Centro de Teatro do Oprimido são instrumentos de conscientização social e cultural. Por isso, é inadmissível que essa casa não esteja em plena condição de funcionamento e ainda encontre na burocracia do estado o impedimento para funcionar", argumentou Robson Leite.

"Esta é uma associação sem fins lucrativos. As nossas atividades são gratuitas e por isso precisamos de projetos para captar os recursos necessários. Esse é um espaço do estado. Nós entendemos que nosso trabalho é para a população e por isso queremos contar com a ajuda deles", disse Olivar Bendelak, do Centro de Teatro do Oprimido.
Para Robson Leite, o governo deve bancar o funcionamento do centro cultural. "O Teatro do Oprimido representa um bom pedaço da cultura carioca. É claro que não vou medir esforços para que tenhamos o perdão dessa dívida e também mecanismos de recursos públicos para fazer o centro funcionar. Aqui não é despesa. Aqui é investimento", afirmou o presidente.
O Centro de Teatro do Oprimido surgiu em 1986 e atua para que camadas marginalizadas se afirmem como produtoras de sua própria arte, com projetos voltados, por exemplo, para educação, saúde mental, sistema prisional. Em 2005, foi repassado para a administração da Rio Previdência, que, por sua vez, aumentou o valor do aluguel do imóvel de R$ 300 para R$ 3 mil.
"Eles perceberam as melhorias de estrutura que fizemos no imóvel e queriam alterar o valor que nós pagávamos ao estado. Depois de oito anos de luta, junto com mais outras instituições culturais aqui na Lapa, conseguimos pressionar o estado para que a Secretaria de Cultura voltasse a assumir o Teatro do Oprimido. Porém, durante esse período, nós não pagamos esse valor e por isso o estado calcula que essa dívida estaria em torno de R$ 70 mil", explicou Olivar. "Queremos que essa dívida seja perdoada, já que houve um decreto anulando a cessão das casas para o Rio Previdência e com isso, acreditamos serem irregulares as cobranças desse período", concluiu.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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