quarta-feira, 10 de setembro de 2014

FÓRUM DISCUTE USO DO LIXO COMO BIOGÁS‏

Em um mundo que cada vez mais discute formas de geração de energia limpa, os aterros sanitários já são vistos como fonte alternativa de matéria prima para produção de combustível. Nesta quarta (10), o Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado se reuniu para discutir a transformação do lixo em, por exemplo, biogás e biometano, como defende a Empresa de Pesquisa Energética, do Ministério de Minas e Energia. Em um estudo apresentado pelo pesquisador Luiz Gustavo Silva de Oliveira, a EPE mostrou como o lixo pode ser convertido em combustível.

Segundo Oliveira, o lixo pode ser uma fonte de energia mais vantajosa e econômica do que a gerada por usinas hidrelétricas e termelétricas. “As análises de competitividade e economicidade que fizemos mostraram que a energia elétrica não é o principal produto em termos de competitividade. O biogás e o biometano conseguem encontrar mais mercados e, com isso, conseguimos ter uma rentabilidade maior, viabilizando muito mais rápido vários projetos de aproveitamento energético do lixo”, afirmou.
Esse processo já é utilizado na usina de tratamento de biogás do Aterro Dois Arcos, inaugurada em agosto deste ano, em São Pedro da Aldeia. O lugar gera 8 mil metros cúbicos de gás por dia, podendo chegar a 15 mil, em 2018. O biometano gerado a partir de 600 toneladas de lixo produzidos diariamente atende a oito municípios da Região dos Lagos. Segundo a coordenadora do programa Rio Capital da Energia, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Maria Paula Martins, a usina foi instalada após a criação da Política Estadual de Gás Natural Renovável, aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, em 2012. “Eu tinha uma visão de que a União estava apostando todas as suas fichas do aproveitamento do resíduo para a geração de energia elétrica, mas existe uma visão semelhante à que o Governo do estado buscou incentivar”, disse Maria Paula, acrescentando que a usina do Aterro Dois Arcos já começou a produzir gás para a indústria local.
“Esse modelo gera escala para conseguir o melhor preço na destinação desses resíduos, não só para as prefeituras, mas também para o próprio mercado. Mercado esse que vai resolver essa questão do resíduo. Essa visão também é a da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira”, afirmou o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Portinho. Para isso, o secretário defende a criação de consórcios entre municípios para a gestão do lixo, como já acontece em São Fidélis e Paracambi.
Segunda a secretária-geral do Fórum, Geiza Rocha, o Rio de Janeiro é pioneiro nesse processo por ter uma legislação ambiental bastante avançada: “A nossa legislação é mais exigente até do que a federal. Podemos ser modelos para o resto do país”. Para ela, o estudo da EPE também mostrou que o uso de biogás pode ser uma solução rentável, viável e imediata. “A EPE está olhando isso de uma forma estruturada e tentando criar modelos de negócios, pensando de forma articulada e conjunta. Também é importante colocar a gestão desses resíduos na discussão energética”, frisou.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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