quinta-feira, 24 de novembro de 2011
CPI CONSTATA TRÁFICO DE INFLUÊNCIA NA LICENÇA DE TERRENO NO RECREIO
A construtora Wrobel deve ser denunciada por tráfico de influência no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar denúncias contra o 9º Cartório de Registro Geral de Imóveis, relativas às inscrições de matrículas, escriturações e anotações de imóveis situados na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes. O presidente da CPI, deputado Paulo Ramos (PDT), confirmou a acusação e explicou o caso, durante reunião nesta quarta (23). “A comissão está ouvindo representantes das principais empresas que constroem ou que têm loteamentos na região. No caso da Wrobel, cujo depoimento acabamos de colher, há um empreendimento grande na região, na Estrada do Rio Morto, com 450 lotes, que não foi denunciado por crime ambiental mesmo o MP tendo movido uma ação por crime ambiental contra duas comunidades vizinhas ao empreendimento da Wrobel: Condomínio Planície do Recreio e Araguaia. Como alguém está em uma área e comete o crime e, na mesma área, outros não cometem ? Esse tráfico de influência que estamos constatando vai constar no relatório final da CPI”, disse o pedetista.
Ramos acrescentou que os representantes da construtora disseram que receberam licença ambiental e nunca foram “molestados pelo Ministério Público nem por nenhuma delegacia ligada ao meio ambiente”. “Na mesma rua, temos igreja, escola, comércio e o terreno da Wrobel. E o MP foi lá e denunciou apenas os chefes de família por formação de quadrilha”, lamentou Ramos, após ter ouvido o depoimento de um dos sócios da construtora, Helio Wrobel. O empresário informou que a empresa terceirizou os serviços relacionados ao meio ambiente para a empresa Biovert, que seria responsável por fazer a avaliação do terreno e conseguir as autorizações necessárias para a construção. “Aquela área tem registro de imóveis e foi adquirida em duas partes. A primeira do senhor João Botelho e a outra da família Peres. Os lotes têm, cada um, uma matricula e são autorizados pela prefeitura. Cumprimos toda a documentação legal exigida”, defendeu-se o sócio da construtura.
O parlamentar comentou ainda que os funcionários do MP envolvidos no escândalo não terão como explicar o problema. “Convidamos membros do Ministério Público, que não se dispuseram a vir. Na minha avaliação, os representantes da área de meio ambiente da instituição não teriam como explicar a ação diferenciada neste caso”, disse o presidente da CPI. O deputado informou que a comissão seguirá com os trabalhos até 20 de dezembro, quando será votado o relatório final.
A CPI vai convidar para depor, nos próximos dias, os funcionários do 9º RGI e o titular do cartório, Adilson Alves Mendes.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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