segunda-feira, 21 de novembro de 2011
PETROBRAS APOIARÁ CAPACITAÇÃO PARA ADOÇÃO DE SOFTWARES LIVRES NO RIO
A Universidade Petrobras, na Cidade Nova, Centro do Rio, vai colocar à disposição do estado cursos à distância de capacitação para o uso de softwares livres, como o BrOffice. O anúncio foi feito pelo gerente-geral da instituição, Ricardo Salomão, durante evento realizado nesta segunda (21) na sede da universidade, para a discussão sobre a aplicabilidade da Lei estadual. De autoria do deputado Robson Leite (PT), a norma estabelece os padrões abertos de documentos digitais como preferenciais nos órgãos públicos estaduais.
“A Índia desenvolveu sua área de Tecnologia da Informação justamente através do desenvolvimento de softwares livres em parceria com universidades. Nosso desejo é desenvolver a área de TI no Rio da mesma forma”, declarou o petista, ressaltando a importância de parcerias com as instituições de ensino superior. Salomão afirmou que a Petrobras está desenvolvendo um portal em parceria com outras instituições, como a Vale e a Confederação Nacional da Indústria, em que serão disponibilizados diversos cursos à distância para a população.
“A Petrobras é uma das signatárias do Protocolo de Brasília, que estabeleceu metas para a adoção do padrão aberto de documentos digitais. Temos cursos para o uso do BrOffice direcionados aos nossos funcionários que cursam a universidade e que podemos disponibilizar, através deste portal, para ajudar o Estado do Rio a concretizar a lei”, destacou. Segundo ele, o padrão ODF (sigla em inglês para Open Document Format, ou formato aberto de documento) só traz benefícios.
“O ODF inclui as pessoas que não podem comprar uma licença de software, combate a ilegalidade e a pirataria”, afirmou. “Esta lei é muito importante pois faz o estado alavancar a adoção deste padrão”, completou o gerente-geral. Membro da organização internacional que desenvolve o ODF, Jomar Silva falou sobre as principais diferenças do formato. “Quando você salva um texto em um editor pago como o Word, ele transforma o que você digitou em um arquivo binário que só pode ser aberto no próprio programa, e nada garante que ele poderá ser aberto daqui a 20, 30 anos”, explicou.
“Isso não acontece com o ODF, que pode ser aberto em diversos programas sem depender de softwares pagos atualizados nem de computadores específicos”, relatou Jomar Silva. Secretário Executivo do Comitê pela Implementação do Software Livre do Governo federal, Júlio Neves falou da importância da adoção dos documentos em ODF, que não dependem de grandes corporações. “O formato aberto é uma garantia de que sempre poderemos ter acesso aos nossos documentos, sem depender de atualizações e softwares pagos específicos, que são caros. Além de tudo, é uma grande economia para os cofres públicos”, destacou.
A estimativa do deputado Robson Leite é de que a Lei economize cerca de R$ 20 milhões por ano em licenciamento de software no estado. No debate, estavam presentes ainda o presidente do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado, Paulo Coelho, e o diretor-executivo da Associação Libre de Tecnologias Abertas, instituição que desenvolve o BrOffice, Olivier Hallot.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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