Diversos familiares de
vítimas da violência em todo o País reuniram-se, nesta
segunda (04), para o lançamento, na Assembleia Legislativa
do Estado do Rio de Janeiro, de uma frente parlamentar em defesa dos seus
direitos, presidida pelo deputado Luiz Martins (PDT). Durante a reunião, eles decidiram unir forças
para a criação de uma comissão mista que deverá envolver
representantes do Poder Legislativo e da sociedade civil organizada.
“Iremos fazer uma reunião para deliberar sobre a criação dessa
comissão, onde trabalharemos em conjunto com a sociedade civil na
defesa de políticas públicas e ações de combate à violência”
explicou o parlamentar, que pretende marcar um encontro para discutir
o tema com o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Martins explicou que a
iniciativa da Alerj surgiu como um desdobramento da Frente
Parlamentar Mista em Defesa das Vítimas de Violência do Congresso
Nacional, criada e conduzida pela deputada federal Keiko Ota
(PSB/SP). Keiko é mãe de Ives Yoshiaki Ota, de oito anos, que foi
sequestrado em sua própria casa e assassinado por reconhecer os
sequestradores. “Naquela manhã do dia 29 de agosto, cheguei em
casa e, ao ver aquela confusão, perguntei ao meu marido o que tinha
acontecido com o vizinho. Foi quando soube que tinham levado meu
Ives. O crime não discrimina ninguém. O problema do meu vizinho é
o meu também”, ressaltou a parlamentar.
A audiência fez com
que o Palácio Tiradentes ficasse coberto de faixas de
diversos movimentos de defesa da paz, tais como o Movimento Gabriela
Sou da Paz, o Movimento Cadê Patrícia (que busca informações
sobre o paradeiro da irmã do lutador Vítor Belfort), o Movimento
Anjos de Realengo (de familiares e amigos dos jovens vítimas de um
atirador na Escola Tasso da Silveira) e a ONG Brasil Sem Grades. A
irmã do jornalista Tim Lopes, Tânia Lopes, morto por traficantes do
Complexo do Alemão há dez anos, elogiou a iniciativa. “Cada dor é
a dor de todos. Precisamos estar juntos. Se não estivermos unidos –
o poder público e a sociedade civil –, não daremos passos
adiante”, destacou Tânia.
Os participantes do
encontro defenderam ainda a revisão do Código Penal, o auxílio
financeiro para as vítimas e seus familiares e a criação de leis
que regulamentem o artigo da Constituição Federal, que define e
assegura os direitos de quem sofreu com a violência. “Reunimos, em
dois anos, mais de um milhão de assinaturas para que o Código Penal
sofra modificações, para que as penalidades sejam realmente
cumpridas, e, assim, a Justiça seja feita”, afirmou o pai de
Gabriela Prado Maia Ribeiro, Carlos Santiago – Gabriela, de 14
anos, foi morta em 2003, durante uma troca de tiros nas escadarias da
estação São Francisco Xavier do Metrô do Rio.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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