terça-feira, 5 de junho de 2012

INSTALAÇÃO DE FRENTE TRAZ À ALERJ FAMILIARES DE VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA‏

Diversos familiares de vítimas da violência em todo o País reuniram-se, nesta segunda (04), para o lançamento, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, de uma frente parlamentar em defesa dos seus direitos, presidida pelo deputado Luiz Martins (PDT). Durante a reunião, eles decidiram unir forças para a criação de uma comissão mista que deverá envolver representantes do Poder Legislativo e da sociedade civil organizada. “Iremos fazer uma reunião para deliberar sobre a criação dessa comissão, onde trabalharemos em conjunto com a sociedade civil na defesa de políticas públicas e ações de combate à violência” explicou o parlamentar, que pretende marcar um encontro para discutir o tema com o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Martins explicou que a iniciativa da Alerj surgiu como um desdobramento da Frente Parlamentar Mista em Defesa das Vítimas de Violência do Congresso Nacional, criada e conduzida pela deputada federal Keiko Ota (PSB/SP). Keiko é mãe de Ives Yoshiaki Ota, de oito anos, que foi sequestrado em sua própria casa e assassinado por reconhecer os sequestradores. “Naquela manhã do dia 29 de agosto, cheguei em casa e, ao ver aquela confusão, perguntei ao meu marido o que tinha acontecido com o vizinho. Foi quando soube que tinham levado meu Ives. O crime não discrimina ninguém. O problema do meu vizinho é o meu também”, ressaltou a parlamentar.

A audiência fez com que o Palácio Tiradentes ficasse coberto de faixas de diversos movimentos de defesa da paz, tais como o Movimento Gabriela Sou da Paz, o Movimento Cadê Patrícia (que busca informações sobre o paradeiro da irmã do lutador Vítor Belfort), o Movimento Anjos de Realengo (de familiares e amigos dos jovens vítimas de um atirador na Escola Tasso da Silveira) e a ONG Brasil Sem Grades. A irmã do jornalista Tim Lopes, Tânia Lopes, morto por traficantes do Complexo do Alemão há dez anos, elogiou a iniciativa. “Cada dor é a dor de todos. Precisamos estar juntos. Se não estivermos unidos – o poder público e a sociedade civil –, não daremos passos adiante”, destacou Tânia.

Os participantes do encontro defenderam ainda a revisão do Código Penal, o auxílio financeiro para as vítimas e seus familiares e a criação de leis que regulamentem o artigo da Constituição Federal, que define e assegura os direitos de quem sofreu com a violência. “Reunimos, em dois anos, mais de um milhão de assinaturas para que o Código Penal sofra modificações, para que as penalidades sejam realmente cumpridas, e, assim, a Justiça seja feita”, afirmou o pai de Gabriela Prado Maia Ribeiro, Carlos Santiago – Gabriela, de 14 anos, foi morta em 2003, durante uma troca de tiros nas escadarias da estação São Francisco Xavier do Metrô do Rio.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

Nenhum comentário:

Postar um comentário