terça-feira, 22 de novembro de 2011
COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS VÊ FALTA DE INFRAESTRUTURA NA ROCINHA
Problemas como esgoto a céu aberto, falta de coleta de lixo e desabastecimento de água estão longe de serem resolvidos na Rocinha. Essa foi a avaliação do presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, deputado Marcelo Freixo (PSol), que fez, nesta segunda (21), uma visita à comunidade, com o objetivo de verificar a conduta de policiais e das forças armadas. “Ao ouvirmos os moradores, podemos perceber que a ocupação da Rocinha ocorreu de uma maneira tranquila. Os moradores ainda têm receio de falar, com medo de represálias, mas garantem que os policiais os tratam com respeito”, afirmou Freixo.
O parlamentar acrescentou que a comissão também fará, nos próximos dias, visitas nas favelas da Chácara do Céu e do Vidigal, vizinhas da Rocinha, que também estão passando por processo de pacificação. “Essas comunidades estão com menor visibilidade na mídia e, por isso, precisam de nossa atenção”, explicou Freixo. O presidente da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk, Leonardo Pereira Mota, o MC Leonardo, e o presidente do Movimento Popular de Favelas, William de Oliveira, ambos moradores da Rocinha, também participaram da caminhada, que também contou com os deputados Jânio Mendes (PDT), Robson Leite (PT) e Sabino (PSC).
Para Oliveira, a próxima etapa é “garantir a mediação de conflitos na comunidade, o que antes era feito pelo tráfico”: “Com a retirada do poder paralelo, agora estão surgindo desavenças que são comuns em qualquer lugar da cidade, como brigas em bailes de forró, por exemplo. No entanto, os moradores daqui ainda não sabem a quem recorrer”. Na opinião de Freixo, é preciso pensar em como a presença do poder público será articulada. “O que queremos saber é se haverá delegacias na comunidade ou unidades próprias de atendimento à população ? Muito provavelmente, a 15ª Delegacia de Polícia, na Gávea, não dará conta das ocorrências que surgirem aqui”, salienta.
Para o presidente da comissão, apenas uma parte do processo foi cumprida. “Não podemos achar que somente as forças de ocupação garantirão a dignidade destes moradores”, afirmou. Vice-presidente do colegiado, Jânio Mendes garantiu ter ficado indignado com a situação vivida pelos moradores. “É impossível que a população viva em condições insalubres, viva em um universo onde o ar não circula, com casas sem janelas. É preciso a união de todas as forças do estado”, destacou. Regina Marta Amorim, que está na Rocinha há 15 anos, aproveitou para se manifestar:” É comum ficarmos uma semana sem água encanada. Assim, é necessária a união dos vizinhos para juntar água na reserva”.
A Rocinha ficará sob o comando do Batalhão de Operações Policiais Especiais até a instalação definitiva da 19ª Unidade de Polícia Pacificadora. Lino dos Santos Filho, nascido e criado na comunidade, acredita no incentivo às políticas educacionais e de saúde como forma de garantir a paz na região. Ele possui um programa social que ensina as crianças da Rocinha a realizarem trabalhos de artesanato. “Essas peças são objeto de desejo para os turistas, criando, assim, uma atividade digna para os jovens da favela”, acrescentou.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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