Representantes do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
serão chamados para participar de uma nova audiência pública na
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro a fim de discutir a demolição
dos prédios do Estádio de Atletismo Célio de Barros e do Parque
Aquático Júlio de Lamare. Nesta quarta (29), o Iphan não
mandou representantes ao Palácio Tiradentes, sede da Alerj, para
prestar esclarecimentos em encontro marcado pela Comissão de Obras
Pública da Casa, presidida pelo deputado Pedro Fernandes (PMDB). “A discussão tem que ser feita de maneira
que a população não saia prejudicada. O ideal é que não sejam
demolidas as duas construções, mas, se não houver outra
possibilidade, o Governo tem que garantir uma alternativa para os
atletas e para quem utiliza esses espaços”, afirmou o parlamentar.
Fernandes explicou que
o Iphan autorizou a demolição por considerar que as construções
não possuem valor histórico relevante, mas ainda não autorizou o
erguimento de dois edifícios garagem que o projeto atual prevê para
ocupar os terrenos. O impasse reacendeu a discussão em torno do
remanejamento dos atletas que treinavam no local e da necessidade da
demolição dos equipamentos. Presidente da Confederação Brasileira
de Desportos Aquáticos, Coaracy Nunes aproveitou a
oportunidade para explicar a atual situação dos desportistas que
estão impedidos de treinar no Júlio de Lamare. Segundo ele, os
atletas estão treinando de maneira improvisada, pois não há
alternativa nem expectativa de solução para o problema.
“Estou mandando dez
atletas para treinar saltos ornamentais na China, já que, aqui, não
há mais espaço. O nado sincronizado está treinando na piscina da
Escola Naval, em más condições, pois uma piscina para a modalidade
necessita ter três metros de profundidade ou os atletas correm o
risco de bater com a cabeça durante os movimentos mais bruscos”,
alertou. O deputado Marcelo Freixo (PSol) afirmou não concordar com a liberação do Iphan
para a demolição dos prédios. “É uma situação complicada
quando o órgão que deveria defender o patrimônio público delibera
a favor da sua destruição”, queixou-se.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges